Discordo da frase "só damos valor quando eles
partem”.
Jesus morreu por nós e quase ninguém dá valor a
ele.
(Willian Goulart)
Nada de especial era
percebido naquele homem em um primeiro olhar. Seu jeito era simples, seu rosto
era familiar demais para ser percebido. Ele havia nascido em uma pequena cidade
e se criara em uma região sem maiores relevâncias. Sua profissão não era nobre
e seu nome extremamente comum. Enfim, nada víamos naquele carpinteiro de Nazaré
que despertasse nossa curiosidade em conhecê-lo melhor.
Ele era como uma pequena
planta sob o sol, debaixo da qual não se procura sombra. Ele era como raiz
escondida embaixo de uma terra seca, a qual poucos se aventuram em encontrar.
Não havia no seu rosto uma
beleza que saltasse aos nossos olhos. Pelo contrário, sua pele estava queimada
de sol e seus cabelos ressecados pelas longas caminhadas no deserto, castigado
pela salinidade do mar da Galiléia. Seus olhos eram meigos mas demostravam o
cansaço das longas viagens e refletiam a ausência de uma alimentação farta.
Quando ele passava pela
rua, virávamos nosso rosto para não vê-lo. Nos sentíamos superiores à ele
e dizíamos que seu sofrimento era merecido, e que, de alguma forma, o próprio Deus
lhe oprimia. E mesmo fazendo inúmeros julgamentos em relação a sua aparência,
bastavam alguns minutos para que nos esquecêssemos completamente de sua imagem, pois dele não
fazíamos causo algum.
O que todos não sabíamos, é
que aquele trabalhador braçal e de aparência tão insignificante, era na verdade
o Cordeiro de Deus que seria levado em silêncio até o matadouro e daria sua
vida por todos que o desprezaram. Deus imputaria sobre ele uma multidão de
pecados, sem que ele cometesse nenhum deles. Foi pela transgressão de
todos nós, que, na cruz, ele foi mortalmente atingido.
E ali, no madeiro, um
inocente em cuja boca nunca houve engano, era condenado pelos erros de toda a
humanidade. Para aniquilar o poder da morte sobre seus próprios algozes, ele
foi cortado da terra dos viventes, suportando a dor física da crucificação e
carregando o fardo mui pesado de nossas iniquidades, ovelhas desgarradas que
seguíamos nossos próprios caminhos errantes.
E nós nem se quer
percebemos que ele era ferido por causa das nossas transgressões e moído pelas
nossas iniquidades. O castigo que nele foi infligido, na verdade era a chave
que abria a porta para nossa paz e pelas suas pisaduras estávamos sendo
curados.
Ele expirou pelos nossos
pecados e seu sacrifício agradou ao Senhor, que o fez enfermar por nossa causa.
O seu trabalho, porém, não foi em vão e se estenderá pela posteridade. Ele
ressuscitará e vera o resultado de seu esforço, e se alegrará, pois, a sua justiça
irá justificar a muitos e nossa iniquidades (que ele já levou sobre si) já
deixaram de existir!
(Livremente inspirado no texto de Isaías 53)
(Livremente inspirado no texto de Isaías 53)
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