Bondade é amar as pessoas mais do que elas
merecem.
(Joseph
Joubert)
Quando o apóstolo Paulo
lista as características do amor em I Coríntios 13, ele ressalta que o
“verdadeiro amor” não trata com “leviandade”. Ser leviano é proceder com
hipocrisia, sem bases verdadeiras, tendo comportamento volúvel e agindo com
insensatez. Num contexto “amoroso”, leviano se refere a pessoa que tem
sentimentos rasos e sem comprometimento.
O leviano de coração “importa-se” sem "se importar". E, basicamente, “amar com leviandade” equivale a
“não amar”.
O termo BENIGNIDADE vem da palavra grega CHESTOTES e se caracteriza pela flexibilidade de tratamento gentil e cordato para com todo o tipo de pessoa. Lucas 6:35 revela que Deus é benigno até mesmo para com os maus e ingratos; afinal a benignidade faz parte da personalidade eterna e imutável de Deus (por favor, leia o Salmo 136 antes de continuar a leitura deste texto).
O termo BENIGNIDADE vem da palavra grega CHESTOTES e se caracteriza pela flexibilidade de tratamento gentil e cordato para com todo o tipo de pessoa. Lucas 6:35 revela que Deus é benigno até mesmo para com os maus e ingratos; afinal a benignidade faz parte da personalidade eterna e imutável de Deus (por favor, leia o Salmo 136 antes de continuar a leitura deste texto).
Na prática, o exercício da
benignidade diz mais sobre o nosso caráter do que a própria bondade, pois está
estritamente ligada ao desejo de não se fazer o mal, para consequentemente,
praticar o bem.
Por exemplo: quando o
paciente recebe um diagnóstico positivo para uma célula cancerígena, a questão
mais relevante é a “benignidade” do mesmo, pois um câncer considerado
“benigno”, embora continue sendo uma patologia, “não” irá desencadear “males mortais”
ao seu portador.
Deus jamais desejou
qualquer tipo de mal ao ser humano (Jeremias 29:11, João 3:16) e até mesmo suas
ações mais drásticas foram tomadas por amor (Hebreus 12:6), e logo deseja que
seus filhos, criados sua imagem e semelhança (Gênesis 1:26) também possuam
tal virtude.
A benignidade age no
cristão como um tipo de anticorpo que combate sentimentos nocivos em relação as
demais pessoas. É um agente de cura que age em áreas afetadas pelas mágoas ou
pelo preconceito, possibilitando a prática do pedido feito por Paulo aos féis
em Éfeso:
- Suportai-vos uns aos outros em amor (Efésios 4:2).
Podemos correlacionar e
interligar a benignidade como outros sentimentos e algumas virtudes essenciais
ao cristianismo, tais como, “afabilidade”, (cortesia e gentileza),
“amabilidade” (condição de ser amável), “ameninade” (presença de leveza e
delicadeza no trato), “benevolência” (boa vontade para com o próximo),
“ihaneza” (sinceridade e lisura), “sociabilidade” (capacidade de viver bem em
sociedade), “clemência” (disposição para perdoar), “filantropia”, “altruísmo” e
“tolerância” (capacidade de suportar com paciência).
Em síntese, a
“benignidade” é condição de “ser bom”, e não apenas a “ação de fazer o bem”.
Ser benigno é ter a bondade inserida no próprio caráter, e não apenas
praticá-la de forma ocasional. Logo, a bondade e a benignidade, são complementos
uma da outra.
A benignidade
é a bondade interiorizada, enquanto que a bondade é a benignidade
exteriorizada.
O termo
“bondade”, vem da palavra grega AGATHOUSE, e pode ser interpretado como a
qualidade correspondente a ser bom. Ou seja, a capacidade de manifestar satisfatoriamente
alguma perfeição, que se pode aplicar a pessoas, coisas e situações. A bondade
pode significar também a disposição permanente de uma pessoa em fazer o bem, e
neste contexto, tem por sinônimo a benevolência.
Quando nos
deparamos com o termo “perfeição”, só o podemos aplicar plenamente ao próprio
Deus, então, o único ser realmente “bom” em todos os aspectos da existência é o
próprio Criador (Salmos 23:6, 31:19, 52:1).
Os salmistas
declaram confiadamente, não apenas o fato de Deus ser bom, mas também o
descreve como sendo o autor de toda generosidade e a essência da bondade. Como
filho de Deus, o cristão deve buscar constantemente a bondade, vivendo sua vida
moldada na vida do próprio Cristo, manancial inesgotável de bondade e ternura.
Não devemos
nos contentar com uma bondade teórica, onde nos limitamos a não fazer o mal,
mas sim colocar as mãos na “massa” exercendo na prática toda a bondade que
existe em nós por meio do amor de Cristo.
Um vislumbre
deste dever cristão pode ser no próprio código penal brasileiro, onde a omissão
de socorro é tratada como crime. Em outras palavras, não fazer o bem e tão
grave quanto se fazer o mal.
Adolf
Hitler, sádico genocida, construiu seu império de terror tendo como alicerce a
omissão dos líderes mundiais que se fizeram cego as atrocidades cometidas pelo
partido nazista alemão. Atribui-se a Martin Luther King a celebre frase: "O que me preocupa não é grito dos
maus, mas sim o silêncio dos bons”. A bondade não é um sentimento, é um incentivo a ação; pois quando os
bons deixam de agir, não há mais oposição que impeça a vitória da maldade.
Conta-se a
fábula, que numa certa fazenda, um rato corria desesperado pelo curral pedindo
ajuda aos outros animais, pois o fazendeiro tinha comprado uma ratoeira.
Entretanto, a “vaca” lhe respondeu:
- O
que isto tem a ver comigo, o problema é todo seu!
A mesma
resposta ele ouviu da galinha quando passou pelo galinheiro e do porco, quando
pediu ajuda no chiqueiro. Ninguém se interessava pelos problemas do rato,
estavam mais interessados em suas próprias vidas e não tinham tempo para pensar
em ratoeiras. Naquela noite, o rato achou que seria seu fim.
Mas, antes mesmo
que sucumbisse ao queijo fácil, outro ser foi vitimado pela ratoeira. Era
uma serpente, que desavisada se enroscou na armadilha, e agora lutava
desesperadamente para fugir. Ainda no escuro, a mulher do fazendeiro não
percebeu a funesta ironia, e acabou sendo picada. O veneno agiu rápido e ela
adoeceu profundamente.
Para tratar
da enferma, o fazendeiro decidiu preparar uma canja. Para isso foi ao galinheiro
e matou sua galinha mais gorda. A mulher, porém, só piorou. Muitos familiares
vieram visitá-la, e para alimentar a todos, o fazendeiro matou seu porco. Dias
depois a mulher faleceu. Amigos de todas as partes vieram para o funeral. Era
preciso muita carne para alimentar tanta gente. E então, lá se foi a vaca.
Que tenhamos
muita pressa em ajudar ao necessitado e socorrer ao aflito, da mesma forma que
Deus cuida de nós. Davi sabia de sua obrigação com a prática diária da bondade,
pois desfrutava plenamente da bondade de Deus. Exatamente por isto, no Salmo
23:6 ele declara que “era seguido pela bondade e pela misericórdia
todos os dias da sua vida”.
Em Gálatas
6:2, após discorrer sobre os perigos das falsas doutrinas, Paulo orientou aos
irmãos da Galacia que levassem a carga uns dos outros, e que se
ajudassem nas dificuldades e trabalhassem juntos para eliminar aquele
grande mal da igreja. Mais do que ser bons, eles precisavam praticar a bondade.
Em outras palavras, podemos interpretar o conselho do apóstolo da seguinte
maneira:
- Quando há
uma ratoeira na fazenda... Todos estão em perigo!
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