Se queres prever o futuro, estuda o passado.
(Confúcio)
Quando ainda
era menino, ouvi boatos sobre o pastor que resolveu pregar uma peça em sua
igreja. Num domingo à noite, quando a congregação estava repleta, ele abriu sua
Bíblia em Tessalonicenses 4, e começou a ministrar sobre a volta de Jesus,
mediante o som da “última trombeta”. Previamente, o pastor brincalhão,
conseguiu emprestar com a fanfarra da cidade, trompetes e trombetas. Também
combinou com alguns obreiros, que neste exato ponto da mensagem, todos deveriam
tocar os instrumentos, causando um grande impacto emocional nos ouvintes.
Não é preciso dizer o tamanho do furdunço que se seguiu. Crentes desesperados se
amontoavam nos corredores gritando por misericórdia. Nove em cada dez irmãos,
ao ouvir o som da “trombeta”, imediatamente concluíram que tinham sido deixados
para traz. O desespero foi geral.
A grande
verdade, é que a maioria dos cristãos daquela igreja, de fato, não estavam preparados para a “última trombeta”. E qualquer coincidência com a ficção, é
mera realidade. Ou seria o contrário?
Mas, o que é
de fato está tal “última trombeta”, que nos causa curiosidade e apreensão na
mesma medida?
Antes de
buscarmos uma resposta para está indagação, vamos primeiro esclarecer alguns
pontos fundamentais. A Bíblia é simultaneamente um livro profético e um preciso
registro histórico. Deus é atemporal, e sua Palavra abrange passado, presente e
futuro com a mesma intensidade. Nós, estamos limitados a um tempo linear, onde
os eventos proféticos vão acontecendo progressivamente. Pouco a pouco, todos se
transformam em história.
Isaías
predisse que os judeus seriam levados cativos para a Babilônia. Também deu
detalhes sobre o nascimento do Messias. Em seu tempo, tudo não passava de
predições futuras. Não havia contexto histórico que abalizasse os acontecimentos.
Cem anos depois, o exílio de fato aconteceu. O nascimento de Jesus demorou um
pouco mais. Sete séculos. Profecias quanto foram ditas. Registros históricos
para nossa geração.
O profeta Daniel, previu a decadência da “ascendente” Babilônia, décadas antes da derrocada dos caldeus. Através de visões simbólicas e inquietantes, também vislumbrou o clico de reinos que dominariam o mundo nos séculos vindouros. Mas, para ele, tudo era muito confuso. Símbolos e metáforas indecifráveis. Leão alado, leopardo de quatro cabeças, ursos mancos, besta aquática cheia de chifres e bodes voadores. Que sentido havia nisto? As profecias de Daniel aparentemente eram caóticas. O profeta orou por longos dias, pedindo aos céus uma explicação. E o próprio anjo Gabriel foi incumbido de lhe dar aulas particulares. Mesmo assim, o sábio Daniel continuou com tantas dúvidas quanto tinha antes. É difícil entender o futuro antes de vivenciá-lo. (Daniel 12:8-13).
Hoje, basta uma simples consulta num bom livro de história antiga, para entender com clareza as profecias de Daniel. O futuro do profeta já é o nosso passado. Tudo faz sentido. Por outro lado, parte das visões de Daniel estão intrinsecamente ligadas aos eventos descritos em Apocalipse. Ainda não aconteceram. São o “nosso” futuro. E, portanto, estas profecias continuam nebulosas. Tentar entender com precisão o amanhã, é como querer detalhar um filme que ninguém assistiu ainda. Supomos mais do que explicamos.
Mesmo assim, é preciso tentar.
Dito tudo isto, fica mais fácil a compreensão de que existem na Bíblia uma séria de “trombetas” históricas, e outras que ainda são “proféticas”. E assim, voltamos ao ponto de partida deste texto. O toque da última trombeta. O prenúncio das Bodas do Cordeiro. A consumação de nossa maior esperança.
O profeta Daniel, previu a decadência da “ascendente” Babilônia, décadas antes da derrocada dos caldeus. Através de visões simbólicas e inquietantes, também vislumbrou o clico de reinos que dominariam o mundo nos séculos vindouros. Mas, para ele, tudo era muito confuso. Símbolos e metáforas indecifráveis. Leão alado, leopardo de quatro cabeças, ursos mancos, besta aquática cheia de chifres e bodes voadores. Que sentido havia nisto? As profecias de Daniel aparentemente eram caóticas. O profeta orou por longos dias, pedindo aos céus uma explicação. E o próprio anjo Gabriel foi incumbido de lhe dar aulas particulares. Mesmo assim, o sábio Daniel continuou com tantas dúvidas quanto tinha antes. É difícil entender o futuro antes de vivenciá-lo. (Daniel 12:8-13).
Hoje, basta uma simples consulta num bom livro de história antiga, para entender com clareza as profecias de Daniel. O futuro do profeta já é o nosso passado. Tudo faz sentido. Por outro lado, parte das visões de Daniel estão intrinsecamente ligadas aos eventos descritos em Apocalipse. Ainda não aconteceram. São o “nosso” futuro. E, portanto, estas profecias continuam nebulosas. Tentar entender com precisão o amanhã, é como querer detalhar um filme que ninguém assistiu ainda. Supomos mais do que explicamos.
Mesmo assim, é preciso tentar.
Dito tudo isto, fica mais fácil a compreensão de que existem na Bíblia uma séria de “trombetas” históricas, e outras que ainda são “proféticas”. E assim, voltamos ao ponto de partida deste texto. O toque da última trombeta. O prenúncio das Bodas do Cordeiro. A consumação de nossa maior esperança.
Que
trombeta é esta?
Ela vem antes dos selos do Apocalipse?
Ouviremos as seis trombetas anteriores?
Ela vem antes dos selos do Apocalipse?
Ouviremos as seis trombetas anteriores?
Vamos por
partes...
Em primeiro
lugar é preciso entender que existe distinção entre a última
trombeta citada por Paulo em I Coríntios 15:52 e I Tessalonicenses 4:16, e
a sétima trombeta citada por João em Apocalipse 11:15. E qual a diferença?
Simples. Uma encerra o tempo da Graça e a outra marca o início do apogeu do
juízo divino sobre os homens ímpios.
Entenda.
Antes de
ascender aos céus, após a sua ressurreição, Cristo institui a Igreja,
outorgando a ela seu legado, a fim de que continuasse a sua obra na Terra.
Porém, este “trabalho” tem que ser realizado em um espaço de tempo finito
chamado “Dispensação da Graça”. O ponto final que marca a conclusão deste ciclo
é exatamente o Arrebatamento da Igreja, conforme Paulo muito bem explicou:
- Porque o mesmo Senhor descerá do
céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que
morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois, nós os que ficarmos vivos,
seremos transformados, para encontrarmos com ele nos ares (I Tessalonicenses
4:16-17).
Eis aqui vos
digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a
última trombeta; porque a trombeta
soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados (I Coríntios 15:51-52).
Mas, se Paulo menciona uma “última trombeta”, precisamos saber quando foi tocada a primeira delas. E é exatamente neste ponto, que nos deparamos com o que podemos chamar de “trombetas históricas”, pois cada uma delas já foi ouvida pelos homens. E nossa busca pelo primeiro sonar de uma trombeta divina aqui na Terra nos leva ao Velho Testamento. Mais precisamente, no livro de Êxodo.
Mas, se Paulo menciona uma “última trombeta”, precisamos saber quando foi tocada a primeira delas. E é exatamente neste ponto, que nos deparamos com o que podemos chamar de “trombetas históricas”, pois cada uma delas já foi ouvida pelos homens. E nossa busca pelo primeiro sonar de uma trombeta divina aqui na Terra nos leva ao Velho Testamento. Mais precisamente, no livro de Êxodo.
Antes de
prosseguir, é preciso entender
que “buzinas” e “trombetas” são termos biblicamente
similares. Os dois instrumentos eram usados para a anunciação de um fato
importante, como por exemplo, uma sentença de juízo. Também eram tocadas
quando havia a necessidade de convocar a nação para guerra. O som de uma
trombeta (ou de uma buzina), evocava urgência e ajuntamento.
Após a saída
do Egito, Deus ordenou a Moisés que santificasse o povo, afim de que eles
estivessem prontos para sua chegada. Assim, durante dois dias, Israel se
preparou para este encontro, retirando do arraial toda imundícia, purificando
seus corpos e corações. Na manhã do terceiro dia, sob uma nuvem que podia ser
vista por todos os israelitas, Deus desceu no Sinai, e ali anunciou a Moisés os
dez mandamentos.
- E aconteceu
que, ao terceiro dia, ao amanhecer, houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e
uma espessa nuvem, e um sonido de buzina (trombeta) mui forte,
de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial. E Moisés levou o
povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte. E todo o
monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a sua fumaça
subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente. E o
sonido da buzina (trombeta) ia crescendo cada vez mais; Moisés
falava, e Deus lhe respondia em voz alta. (Êxodo 19:16-19)
No Sinai, Deus
desceu sobre uma nuvem, ante o som da “primeira trombeta”. No
arrebatamento, Jesus descerá sobre uma nuvem, ante o som da “última
trombeta”.
A revelação do
decálogo registrado em Êxodo 20:3-17, foi a primeira trombeta de anunciação.
Inúmeras trombetas estão tocando ao longo da história anunciando Deus aos
homens.
- A Consciência
- A Lei
- A Lei
- Os Profetas
- As Escrituras
- Os Sinais
Apostólicos
- O Gemido da
Natureza
- A Igreja
Todas estas,
trombetas reverberam ao mundo os desígnios do Senhor. Convocação para o
arrependimento, a justiça e a verdade. Trombetas reais, tangíveis, escutáveis.
Algumas históricas, e outras ainda fazendo a história. Se existe um ouvido
aberto para ouvir, certamente existirá uma trombeta a ecoar.
Mas, ainda
falta uma. A última.
Qual seria?
Qual seria?
É exatamente o
Arrebatamento da Igreja que soará como a última convocação de Deus aos homens.
A trombeta derradeira, que anunciará o fim do ciclo de aceitação, onde a graça
foi entregue a humanidade. Um ponto final na decadência humana. O início do
juízo divino.
Com a Igreja
no céu, inicia-se na terra um período chamado de Grande Tribulação. Neste
tempo, Deus executará seus juízos sobre os ímpios e o reino do anticristo. É
neste período que as últimas profecias referentes a Israel irão se cumprir. Os
simbolismos existentes no Apocalipse se tornaram claros como um cristal polido.
As sombras do futuro se dissiparão quando o amanhã se tornar hoje.
O julgamento
de Deus, que expurgará o mal de sobre a Terra para todo o sempre, se dará
através de “sete selos”, “sete trombetas” e “sete taças”, conforme
foi detalhado por João em Apocalipse 6 ao 12. Estas novas “sete
trombetas” , nada tem a ver com a Igreja, que neste período já se encontra
na Glória. São trombetas proféticas, que se transformarão em “trombetas históricas”
aos que “ficarem” para trás no Arrebatamento da Igreja.
Estas
trombetas são reveladas após a abertura do sétimo selo e anunciam um período de
grande aflição sobre o reino do Anticristo, onde uma série de eventos
catastróficos, tais como chuva de granizo incandescente, maremotos, contaminação
das águas, anomalias no sistema solar e ataques de seres demoníacos, provocarão
caos e desespero entre os homens.
A sétima e última trombeta deste
ciclo, marca o início do apogeu do juízo divino, anunciando o derramamento das
taças cheias da ira de Deus sobre os homens. Neste mesmo período de tempo, a
Igreja já estará nos céus, desfrutando das Bodas do Cordeiro. Mas, esta é uma
outra história, que certamente será contada e recontada num futuro muito
próximo, que pode inclusive, ser hoje.
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