Há outras que sorriem por saber que os espinhos
têm rosas!
(Machado de Assis)
Este é um
texto escrito a seis mãos. E sendo bem sincero, meu trabalho aqui é o menor de
todos. Apenas reescrevi as frases, moldei os parágrafos e contextualizei
algumas situações. Teve gente que fez muito mais. E muito melhor.
Tudo começou
quando a Jô (exímia confeiteira / decoradora),
nos enviou a foto de uma “flor” cor-de-rosa que ela tinha acabado de esculpir.
O desafio proposto, era “descobrir” a matéria prima utilizada. Meu palpite
imediato (e miseravelmente equivocado)
foi “sabonete”. Porém, enquanto eu apenas tentava ganhar o “jogo de adivinhas”,
a Valquíria estava vivenciando uma linda experiência com Deus. Certamente, naquela
manhã, enquanto esculpia uma simples (e
bela) “rosa”, a Jô não fazia ideia que pregava uma mensagem poderosa. E que
seria ouvida por muita gente.
Impactada
pela ministração “inesperada”, a Val tomou uma caneta nas mãos, e começou a
escrever, fato que por si só, já é motivo para “glorificar em pé”. O texto produzido
naquela manhã foi postado em algumas redes sociais com resultados surpreendentes,
mesmo sem nenhuma edição esmerada. Durante todo o dia, ela ficou bem ocupada,
atendendo inúmeras chamadas. Mulheres que se sentiram tocadas pela mensagem despretensiosa,
e que impelidas pelo Espírito Santo, partilhavam experiências, aconselhamentos e
orações. Deus sempre tem um meio inusitado para “acalentar” o coração de seus
filhinhos. E, de forma bem peculiar, de suas filhinhas mais atentas.
Não tenha o
talento artístico da Jô e nem a sensibilidade espiritual da Valquíria. Coube a
mim, neste caso, apenas pensar num nome bonito para a postagem e retransmitir a mensagem, dando algum contexto aos eventos. E oro para que as palavras que se seguem, também edifique a vida de
outras pessoas, como edificou a todos os envolvidos nesta história.
Méritos das próximas linhas:
A Escultura: Jusileine Alves Beatriz Luis
O Texto: Valquíria Aparecida Cassia de Andrade Gomes
Hoje não
tomei o café da manhã na cozinha juntamente com meu filho, como costumo fazer
todos os dias. Enquanto o Nicolas (entre
as muitas colheradas de cereal), assistia o “Pequeno Missionário”, enchi
minha xícara com café, e voltei para o quarto. Ali, sozinha, de forma introspectiva,
conversava com Deus, enquanto meus pensamentos voavam sem rumo na direção do
futuro: - “Senhor, como as coisas serão
daqui para frente... Tudo está tão difícil”. Assim que terminei esta breve
oração, coloquei a xícara de lado e peguei nas mãos o celular. Como a maioria
das pessoas, abri o WhatsApp (rsss). E a primeira coisa que chamou minha atenção foi exatamente uma
foto enviada pela Jô. Uma "rosa" habilmente esculpida com a seguinte legenda: - Olha o que eu fiz!
Sem maiores
explicações, fiquei muito emocionada e comecei a chorar. Alguma coisa naquela
imagem tinha mexido profundamente comigo, mesmo não sabendo "o que" e o "por que". A curiosidade despertou e logo perguntei: - Como
você fez a flor? Então, ela
me explicou: - Hoje eu acordei muito
triste. Sentei no sofá, peguei uma bala de iogurte nas mãos, e enquanto orava,
fui esculpindo... Saiu esta rosa...
Como meu
Deus é bom! Numa foto despretensiosa estava a resposta imediata ao meu clamor. O
leão que rugia em minha mente se silenciou por completo, e neste momento pude
ouvir a doce voz do Espírito Santo a me ensinar:
- Filha, você é a rosa que está sendo moldada na bala de iogurte!
Lá estava
eu, na prateleira da existência. Apenas mais uma entre tantas outras. As
pessoas ditavam uma história para minha vida, mas Deus tinha planos diferentes.
Nasci para ser “bala”. Ele me escolheu para “flor”. Mas, aceitar a vontade do Senhor tem um preço. O processo é longo e doloroso. A transformação deixa marcas irreversíveis.
Deus pega aquela massinha retangular e inexpressiva, e começa o trabalho. Amassa
ali e acolá, estica de um lado, repuxa do outro, vira tudo do avesso, remonta e
repete outra vez. E enquanto Ele esculpe, só nos resta gritar:
- Senhor, está doendo demais! Eu não vou aguentar! Jesus tenha misericórdia...
Não vês que estou quase morrendo?
Quer uma boa
notícia? Deus também te escolheu para ser flor. Quer uma má notícia? Você
sentirá muita dor durante a transformação. Mas, não se preocupe. O trabalhar de
Deus não mata. Produz vida. É um caminho de vitória, mesmo que os pés sangrem
por causa dos espinhos no chão. O sofrimento é apenas um ingrediente extra
nesta receita, na verdade, o mais essencial. O amargo que se revela doce no fim.
Porém, o tempo necessário para esta mudança depende da resistência oferecida
pela matéria prima. Quanto mais "dura" for a bala, mas difícil é a modelagem. O escultor não tem pressa alguma. Ele sabe que depois de
todo “estica”, “amassa” e “puxa”, o resultado será maravilhoso. Uma flor belíssima,
com curvas delineadas e revestida de um brilho radiante, deixado em cada pétala
pelo toque do arquiteto celestial.
O brilho,
porém, atrai uma infinidade de olhares. Muita gente vai olhar para a rosa
esculpida e destilar algum veneno: - “Ficou sabendo o preço da casa que ela comprou?”... “Você viu com quem ela se casou?”... “Já
reparou como o ministério dela cresceu?” Quando a flor desabrocha, é fácil ressaltar
sua beleza ou criticar seus espinhos. Mas, o processo de lapidação é um segredo
que só a “bala” e “Deus” conhecem com propriedade. Muitos vêem o sorriso, mas
poucos testemunharam as lágrimas. A beleza do rosto é notada, mesmo que as
feridas do coração ainda sangrem em segredo. Quem olha a mesa farta, não sabe
das noites que se dormiu com fome. Aquele que “avalia” seu louvor, nunca ouviu
suas orações em plena madrugada fria.
A “bala” foi
escolhida por Jesus. A "escultura" é o trabalhar do Senhor. A “rosa” brilhante é a
vontade de Deus se concretizando em nós. Processo infalível...
Então,
acalme-se. Coloque sua alma angustiada para descansar. Talvez seja difícil entender
a motivo de tanto sofrimento, mas a resposta é singela: - Você está sendo moldado! Simples assim... Moldado por Deus! Fique tranquilo...
Eu sei que existe
alguma coisa errada nesta solicitação de calmaria. Afinal, se o Senhor está no controle de tudo,
porque nos desesperamos com tanta facilidade? A resposta também é objetiva. Não
gostamos de esperar. Odiamos o tempo da preparação. No ateliê de Deus, “balas”
não se transformam em “rosas” de um dia para o outro. Cada procedimento tem um
propósito maior. Aprendizado. Amadurecimento. Intimidade entre escultor e
escultura. O meu desespero não acelera Deus. O Senhor não atropela etapas. Por
mais que eu ache que esteja no meu limite, Ele sabe o quanto eu ainda posso aguentar.
Então, deixa-me profetizar de olho aberto e te afirmar com toda a certeza da minha alma: - Você aguenta! Fique firme e não perca
a fé! O Deus que te criou, é o mesmo que te molda. Ele nunca perde a mão. E não
vai parar até completar o trabalho.
Seja a “bala”. Deixe que Ele te transforme numa “rosa adocicada”. As lágrimas existem para regar a terra e fazer a flor brotar. As lutas são o adubo cooperando para que a flor cresça e desabroche. A provação esculpe e perfuma cada pétala. A aprovação de Deus é o brilho que jamais poderão tirar de você!
Seja a “bala”. Deixe que Ele te transforme numa “rosa adocicada”. As lágrimas existem para regar a terra e fazer a flor brotar. As lutas são o adubo cooperando para que a flor cresça e desabroche. A provação esculpe e perfuma cada pétala. A aprovação de Deus é o brilho que jamais poderão tirar de você!
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