(Paul Claudel)
Se
a tua vida está navegando tranquilamente por um belíssimo mar cor de rosa,
acredito que os próximos parágrafos lhe serão perda de tempo. Porém, se alguns questionamentos sabatinam
sua mente, e as respostas parecem se esconder na total escuridão, é possível
que algum raio de luz possa emergir das linhas que seguem.
Em
primeiro lugar, é preciso entender uma verdade imutável. Deus é eterno, mas,
trabalha de forma cíclica. A Bíblia nos assegura que existem tempos pré-determinados
para as estações que se sucedem abaixo do sol. Sorrir e chorar. Plantar e colher. Nascer
e morrer. Espalhar e ajuntar. Abraçar e afastar. Matar e reviver. E todos estes
ciclos, estão submetidos, incondicionalmente, a soberania de Deus. Ele é o Senhor
que acompanha as atividades diurnas, e vela o descanso noturno. Ou vice-versa. Nenhum
dia pode emancipar-se. Nenhuma noite é soberana. Por mais escura, tenebrosa e
infindável, ela jamais terá autonomia para impedir o nascer
do sol. E mesmo que ainda continuemos alienados durante o processo, dia e noite
se submetem a Deus em reverência e temor. O Todo Poderoso nunca deixou (ou
deixará) de ter absoluto controle sobre tudo.
Quando
Davi escreveu o Salmo 139, reconheceu sua dificuldade em entender os
pensamentos de Deus. Para o salmista, a sabedoria do Senhor era tão abrangente
e profunda, que simplesmente seria impossível a qualquer humano, compreende-la
com perfeição. E, por vezes, em nossas limitações, sequer conseguimos arranhar
a superfície do pensamento divino. É difícil aceitar aquilo que não entendemos
muito bem. E então, colapsamos.
Para
nossa sorte, o Senhor não se influência por neuras e traumas. Ele tem um plano,
e nada pode alterar seus desígnios. Apesar de nossas neuroses, o Senhor não
deixará de ser um professor rigoroso e metódico, que visando o aprendizado
perfeito, testa seus alunos quase ao limite da insanidade. Quase. Ele jamais
perde a mão. Quando tudo saí do nosso controle, Ele continua no controle de absolutamente tudo.
Deus
produz feridas, para nos ensinar que Dele provem a cura. Mas, enquanto ainda
estamos sangrando, é complicado assimilar o “amor” de Deus. Buscamos
respostas praticas para questões imateriais. Tentamos entender o espiritual,
aplicando as regras científicas do mundo natural. O resultado lógico, é a
incompreensão. E logo a mente produz redarguições errantes: - Deus falhou comigo. - As promessas não passavam de
enganação. É incrível como nos respaldamos em argumentos covardes. Torna-se quase um ato banal, sentir certa “antipatia” por Deus,
que aos olhos humanos, por vezes, se mostra um sádico impiedoso que nos mantem
reféns em seu laboratório soturno.
E
como Deus reage ao nosso pensamento?
Ele
não se move. Nem se abala. Se mantém imutável. Soberano no Santo Trono. Seu
plano é linear, por mais que pareça um novelo de lã. Esta complexidade
aparente, reside na perspectiva por nós adotada. E, infelizmente, tendemos a
ser guiados por vista, e não pela fé. Buscamos satisfação imediata, enquanto
para Deus, o momento é irrelevante. Alguns propósitos só serão compreendidos na
eternidade. Então, a soma dos fatores é exatamente esta: - Não entendemos Deus. A conta não fecha.
Será
que Deus, em sua infinita bondade, não poderia deixar as coisas menos
complicadas?
Por
que tantas implicações? Qual o sentido de tantos paradoxos?
Por
que para me ver feliz, Deus só tem me feito chorar?
Por
que para me honrar, Deus tem me afogado num mar de vergonhas e humilhações?
Por
que para me dar abastança, Deus me priva de tudo o que é bom?
Tem
se visto às voltas com indagações semelhantes? Saiba que não está sozinho. Este
sentimento de “escória do mundo” não é exclusividade sua. Nem minha. Aliás, diversos
profetas bíblicos passaram por estes mesmos ciclos de crises e ausência de
confiança num propósito maior. E a conclusão que todos chegaram ao final deste
doloroso processo, é a mesma. Quando não entendemos Deus, Ele continua sendo o
Senhor da razão. Nenhum erro divino apontado.
E, porque, insistimos em achar que Deus está errando justamente na nossa vez?
Se analisar os pensamentos de Deus pela perspectiva divina é humanamente impossível, pense no Senhor como um roteirista excêntrico, surreal e ilógico. As falas não fazem sentido. As cenas não se encaixam no contexto geral. Uma tragédia em todos os sentidos. Mas, não! Segure as pontas. Respire fundo, relaxe e lembre-se: - Você ainda não assistiu o filme. Não sabe nada sobre o final. Sequer, faz ideia do grande “plot twist”. A virada surpreendente que só o roteirista sabe como será. Logo, não tenha a tola pretensão de elaborar uma crítica prévia...
Não se mantenha do lado errado da tela. Deus não te quer sentado numa escrivaninha, tecendo comentários sobre o que desconhece. Ele escreveu o papel principal com exclusividade para você. Protagonismo numa história divina, cujo final feliz, excede as páginas de uma ficção. Charles Chaplin dizia que a vida é ao mesmo tempo um drama e uma comédia. Drama na perspectiva do hoje, quando choramos e nos afligimos. Comédia no amanhã, quando lembraremos destas coisas e daremos boas risadas. Guardadas as proporções, Deus também pensa assim..
E sabe o que é mais irônico? Se você puxar pela memória, vai se lembrar de já ter visto filmes semelhantes em outras ocasiões. Vivido situações parecidas. Um futuro incerto que já se tornou passado. Lágrimas pretéritas gerando sorrisos inspiradores no agora. Aquela sensação familiar de quando estamos indefesos diante da tela, pensando que não existe mais saída para o mocinho da história, e surge do nada a mente brilhante do idealizador daquela obra... BUM! Tudo se resolve em poucos minutos.
Pois é.... Deus tem uma predileção por finais surpreendentes. E exatamente por isso, não hesita em levar suas histórias a limites extremos. O final faz todo o contexto ter valido a pena. Viradas espetaculares. O inexistente sendo chamado a existência. Mortos sendo devolvidos para a vida. E vida em abundância!
Não se acanhe na presença do Senhor. Seja sincero com ele e revele seu coração. Você pode chamá-lo de excêntrico, maluco, procrastinador, complicado, cruel, insensível.... Vamos lá.... Exerça a criatividade. Só não deixe de chamá-lo de Pai. Deus. Meu Deus. O Grande EU SOU! O artista talentoso que nos lapida até o estágio da arte. E tudo tem propósito. Significado.
Pense em Jó. Quando lemos sua história, já sabemos os motivos que o levaram a vivenciar tantas tragédias. Conhecemos os personagens, o contexto e as motivações. Fomos apresentados ao grande embate entre Deus e Satanás, onde o patriarca é o fiel da balança. Jó, por outro lado, não sabe de nada. Ele não entende. Perguntas sem respostas. Sofrimento imputados sem razões aparentes. E o que ele fez? Louvou ao Senhor, mesmo não o entendendo. São quarenta e dois capítulos de angústias, dores e lamentos. Mas, basta um único verso, para o drama nos fazer sorrir:
- E depois que Jó intercedeu pelos seus amigos, o SENHOR o tornou novamente próspero e lhe concedeu em dobro tudo o que possuía antes (Jó 42:10).
Então, supere o arco dramático. Entregue-se nas mãos do roteirista supremo. Ele escreve o hoje com total ciência do amanhã. Nossos finais são apenas transições de capítulos. O “gran finale” só cabe ao Senhor! A história acontecendo dentro da história. No final, tudo vai fazer sentido!
Texto inspirado (e em alguns parágrafos, simplesmente transcrito) de uma carta de recebi de meu pai, Pr. Wilson Gomes.
E, porque, insistimos em achar que Deus está errando justamente na nossa vez?
Se analisar os pensamentos de Deus pela perspectiva divina é humanamente impossível, pense no Senhor como um roteirista excêntrico, surreal e ilógico. As falas não fazem sentido. As cenas não se encaixam no contexto geral. Uma tragédia em todos os sentidos. Mas, não! Segure as pontas. Respire fundo, relaxe e lembre-se: - Você ainda não assistiu o filme. Não sabe nada sobre o final. Sequer, faz ideia do grande “plot twist”. A virada surpreendente que só o roteirista sabe como será. Logo, não tenha a tola pretensão de elaborar uma crítica prévia...
Não se mantenha do lado errado da tela. Deus não te quer sentado numa escrivaninha, tecendo comentários sobre o que desconhece. Ele escreveu o papel principal com exclusividade para você. Protagonismo numa história divina, cujo final feliz, excede as páginas de uma ficção. Charles Chaplin dizia que a vida é ao mesmo tempo um drama e uma comédia. Drama na perspectiva do hoje, quando choramos e nos afligimos. Comédia no amanhã, quando lembraremos destas coisas e daremos boas risadas. Guardadas as proporções, Deus também pensa assim..
E sabe o que é mais irônico? Se você puxar pela memória, vai se lembrar de já ter visto filmes semelhantes em outras ocasiões. Vivido situações parecidas. Um futuro incerto que já se tornou passado. Lágrimas pretéritas gerando sorrisos inspiradores no agora. Aquela sensação familiar de quando estamos indefesos diante da tela, pensando que não existe mais saída para o mocinho da história, e surge do nada a mente brilhante do idealizador daquela obra... BUM! Tudo se resolve em poucos minutos.
Pois é.... Deus tem uma predileção por finais surpreendentes. E exatamente por isso, não hesita em levar suas histórias a limites extremos. O final faz todo o contexto ter valido a pena. Viradas espetaculares. O inexistente sendo chamado a existência. Mortos sendo devolvidos para a vida. E vida em abundância!
Não se acanhe na presença do Senhor. Seja sincero com ele e revele seu coração. Você pode chamá-lo de excêntrico, maluco, procrastinador, complicado, cruel, insensível.... Vamos lá.... Exerça a criatividade. Só não deixe de chamá-lo de Pai. Deus. Meu Deus. O Grande EU SOU! O artista talentoso que nos lapida até o estágio da arte. E tudo tem propósito. Significado.
Pense em Jó. Quando lemos sua história, já sabemos os motivos que o levaram a vivenciar tantas tragédias. Conhecemos os personagens, o contexto e as motivações. Fomos apresentados ao grande embate entre Deus e Satanás, onde o patriarca é o fiel da balança. Jó, por outro lado, não sabe de nada. Ele não entende. Perguntas sem respostas. Sofrimento imputados sem razões aparentes. E o que ele fez? Louvou ao Senhor, mesmo não o entendendo. São quarenta e dois capítulos de angústias, dores e lamentos. Mas, basta um único verso, para o drama nos fazer sorrir:
- E depois que Jó intercedeu pelos seus amigos, o SENHOR o tornou novamente próspero e lhe concedeu em dobro tudo o que possuía antes (Jó 42:10).
Então, supere o arco dramático. Entregue-se nas mãos do roteirista supremo. Ele escreve o hoje com total ciência do amanhã. Nossos finais são apenas transições de capítulos. O “gran finale” só cabe ao Senhor! A história acontecendo dentro da história. No final, tudo vai fazer sentido!
Texto inspirado (e em alguns parágrafos, simplesmente transcrito) de uma carta de recebi de meu pai, Pr. Wilson Gomes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário