É melhor
carregar o peso da própria cruz pela decisão que tomou,
a sofrer eternamente na ponta da espada do arrependimento.
a sofrer eternamente na ponta da espada do arrependimento.
(Mario
Franco)
Pesa. E como pesa. O peso do mundo não é o tipo de carga que nossos ombros consigam suportar. E na tola insistência, residem consequências totalmente previsíveis. Hematomas, lacerações, fraturas expostas e dores crônicas. Não no corpo. Na alma. Onde a cicatrização é bem mais lenta, e o processo de cura se revela tão penoso quanto a própria doença. Carregar o peso do mundo sobre os ombros é se auto-condenar a morte por esmagamento. E se quer, damos conta que pouco a pouco, toda existência vai se transformando numa massa cinza, até se liquefazer num chorume com cheiro de aniquilamento.
Mesmo
assim, sentimos a necessidade de nunca abandonarmos a carga, retirá-la das
costas e simplesmente a deixar na beira do caminho. Há uma compulsão por
seguirmos caminhando sob a égide da opressão. Concordo que alguns quilos são
necessários, pois nos deixam alertas quanto as responsabilidades que permeiam a
jornada, e os perigos existentes no trajeto. Mas, toneladas? Porque insistimos
em carregar o globo terrestre, quando na verdade, só precisamos de uma valise,
com algumas roupas e produtos de higiene pessoal?
Alguém recorre a Bíblia em busca da resposta. E provavelmente a encontra em Mateus 16:24 ou Lucas 9:23: - Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e me siga....
Alguém recorre a Bíblia em busca da resposta. E provavelmente a encontra em Mateus 16:24 ou Lucas 9:23: - Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e me siga....
Esta
é a chave. A grande verdade, é que temos uma cruz para carregar. Não podemos
abandoná-la, rejeitá-la ou ignorá-la. Há um nome gravado nela. Pessoal e
intransferível. Na nota fiscal, constam o CPF e o RG do portador. Não existe
qualquer possibilidade de troca, revenda ou devolução. Até podemos ajudar alguém a
carregar a “carga” que a vida nos impõem, e em troca, ser ajudado também. Porém, esta
possibilidade não se aplica a cruz pessoal de cada um. E nem há necessidade disto.
A
cruz foi feita sob medida. Milimetricamente
projetada. Seu designer não é padronizado. Cada raio e curva, planejados para o encaixe perfeito nos ombros de um
único indivíduo no planeta. As formas não se repetem, mesmo após o encerramento
das eras. Tamanha minúcia de detalhes, porém, não há torna mais leve. Ela
sempre terá o peso de uma... cruz.
Sua cruz não é mais pesada que a minha. E a recíproca também é verdadeira. Tudo está magistralmente equilibrado. Balanceamento primoroso. O peso de uma cruz é proporcional a força de quem a irá carregar. O cisco nas costas do elefante, equivale a um caixote de chumbo no lombo da formiguinha. Deus considera todos os fatores em seu cálculo perfeito. Não dá para sentir inveja da cruz de ninguém. Cada um tem a cruz que “precisa” para fortalecer o “tônus muscular” da alma, sem danificar os músculos. A balança de Deus continua precisa, mesmo após milhares de casas decimais. E a cruz é exatamente isto. Uma cruz. Provação na medida exata de cada recipiente humano. A cota precisa de nossas medidas. Nenhuma grama além de nossa capacidade de suportar.
Sua cruz não é mais pesada que a minha. E a recíproca também é verdadeira. Tudo está magistralmente equilibrado. Balanceamento primoroso. O peso de uma cruz é proporcional a força de quem a irá carregar. O cisco nas costas do elefante, equivale a um caixote de chumbo no lombo da formiguinha. Deus considera todos os fatores em seu cálculo perfeito. Não dá para sentir inveja da cruz de ninguém. Cada um tem a cruz que “precisa” para fortalecer o “tônus muscular” da alma, sem danificar os músculos. A balança de Deus continua precisa, mesmo após milhares de casas decimais. E a cruz é exatamente isto. Uma cruz. Provação na medida exata de cada recipiente humano. A cota precisa de nossas medidas. Nenhuma grama além de nossa capacidade de suportar.
Esta
é a cruz que Jesus nos instruiu a carregar. Ela não é um halter onde se
acrescenta massa de acordo com prognósticos humanos. E aí está o problema.
Recheamos a cruz com mágoas. Prendemos em seu dorso uma caixa de culpas.
Apoiamos a cruz em um dos ombros, e no outro, engatamos uma carreta de eixos
incontáveis chamada “PASSADO”. Tudo esta errado. Desproporcional. Fora de propósito. A cruz não é encargo. É custo benefício. Quando
escolhe-se carregá-la, imediatamente abre-se mão de todas as demais cargas. É preciso se desapegar daquilo que já não precisamos.
No
dia de sua morte, Jesus fez um trajeto de aproximadamente 500 metros
carregando a cruz na qual seria crucificado. Com o corpo já debilitado pelos açoites
romanos, e deixando uma poça de sangue sob cada passo dado, em algum ponto do
caminho, Cristo arqueou-se para frente, enquanto a viga do madeiro escorregava
pelo dorso despido. Seus joelhos se chocaram violentamente com as pedras do
caminho, enquanto a cruz tocava suavemente o solo. O centurião que acompanhava
a via crucis, escolheu entre os transeuntes curiosos, um homem forte o bastante
para carregar a cruz, enquanto o “réu” se recompunha e lutava contra o
desiquilíbrio provocado pela dor. Simão era um trabalhador braçal, natural de
Cirene, e que se destacava na multidão por sua pele escura, castigada pelo sol escaldante daquela terra. Ele não teve qualquer dificuldade para erguer
o madeiro do chão, como se fosse um amontado de gravetos. O vigamento não
pesava mais que quarenta quilos, e levantá-lo não seria desafiador a qualquer
homem adulto. E pelos próximos metros, Simão carregou a cruz de Jesus, enquanto
Jesus, carregava os pecados de Simão. Os pecados de toda a humanidade. A "verdadeira" cruz. A mais pesada. O peso
do mundo sobre os únicos ombros que o podiam suportar.
Somos
todos como Simão. Talvez nos sintamos indignados com a obrigatoriedade da cruz
na caminhada cristã. Dúvidas pairam sobre a mente e enrijecem o coração. Ficamos cegos. A dor que
flagela o ombro, não provém do peso da cruz. Cristo nunca colocaria uma
tonelada sobre estruturas frágeis. Seu fardo é leve.
Jesus fez um convite a todos os cansados e aos de ombros feridos. Ele olhou para a humanidade e se compadeceu dos homens, que vagavam errantes, como se fossem burros de carga, com enormes engradados em seus lombos. Toneladas de culpas, medos, traumas, angústias, vergonhas, mágoas, desesperança e tristezas. E para todos eles, ofereceu uma oportunidade de refrigério.
Eis a proposta:
- Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve (Mateus 11:28-30)
Jesus fez um convite a todos os cansados e aos de ombros feridos. Ele olhou para a humanidade e se compadeceu dos homens, que vagavam errantes, como se fossem burros de carga, com enormes engradados em seus lombos. Toneladas de culpas, medos, traumas, angústias, vergonhas, mágoas, desesperança e tristezas. E para todos eles, ofereceu uma oportunidade de refrigério.
Eis a proposta:
- Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve (Mateus 11:28-30)
Jesus
deseja trocar nossas bagagens repletas de “ununséptio” (elemento químico com massa 40% mais pesado que o chumbo) por uma
valise contendo apenas plumas. O peso do mundo pelo peso da cruz. Só madeiro.
Sem culpas, medos ou pecados embutidos. É uma troca irrecusável. Cristo já fez
o trabalho pesado.
Mesmo
assim, a grande maioria dos homens (incluindo
uma altíssima porcentagem de “cristãos”), ainda se recusa em aceitar este
convite da Graça.
Que
eu não seja mais um a endossar as estatísticas. Nem você. O mundo está a nossa
volta, cruel e irrefreável. Sua boca escancarada empesteia a atmosfera com o
cheiro desagradável da desesperança. O ar fica denso. O céu entumecido. E uma
mão invisível nos esmaga a cada toque do despertador. Peso. O peso do mundo não
é o tipo de carga que nossos ombros consigam suportar. E na tola insistência,
residem consequências totalmente previsíveis. Hematomas, lacerações, fraturas
expostas e dores crônicas. Não no corpo. Na alma. Onde a cicatrização é bem mais
lenta e o processo de cura se revela tão penoso quanta a própria doença.
Cristo nos propõem um alívio imediato e duradouro. – Livrem-se desta carga pesada. Tomem sobre si o meu fardo. Ele é leve. Apenas uma cruz. Nada mais que madeira. Eu levo as dores sobre meu ombro. As culpas também. E as vergonhas. Mágoas. Ansiedade. Tudo... Tudo que esmaga, fere e oprime. Eu levo sobre mim.
Cristo nos propõem um alívio imediato e duradouro. – Livrem-se desta carga pesada. Tomem sobre si o meu fardo. Ele é leve. Apenas uma cruz. Nada mais que madeira. Eu levo as dores sobre meu ombro. As culpas também. E as vergonhas. Mágoas. Ansiedade. Tudo... Tudo que esmaga, fere e oprime. Eu levo sobre mim.
Tomar
a própria cruz sobre os ombros e seguir a Cristo, é a expressão máxima da fé no
Filho de Deus. Esta, por sua vez, é a chave que abre as portas do céu. E Jesus
ainda vai além. Ele promete fazer por você, o que Simão fez por Ele. Te ajuda a
carregar o madeiro. – O meu jugo é suave
– Ecoa sua doce voz.
Jugo,
ou canga, é um aparato de madeira, que se divide ao meio no sentido
transversal. Entalhes embutidos, permite que o equipamento seja fixado,
simultaneamente, no pescoço de dois bois. Uma vez que o jugo é travado, os
animais passam a andar lado a lado. Trabalhando juntos. Jesus, o Filho de Deus, aquele que domina o
tempo-espaço, se submete a um jugo, afim de caminhar junto com você. Dividir a
carga. Meio a meio. Isto deixa a nossa cruz mais leve. E, aqui, só estou
falando de um pedaço de madeira, já que todo o resto, ficou no Gólgota. Jesus
deixou nossas transgressões e pecados ali. As cargas foram lançadas sobre Ele.
Tiradas de nós. Seu sangue nos livrou. O sacrifício supremo assegurou redenção.
Descanso. Liberdade.
Isaías
53:11 nos revela que ao olhar para a cruz no alto do Cálvario, Cristo se sente
realizado. Ele contempla sua obra, se lembra de quão penoso foi o trabalho, e
sorri. Confere o livro da vida, e encontra o seu nome escrito nele com letras
douradas. O meu nome. Nossos nomes.
Avelino.
Leonildes.
Marcia.
Miquéias.
Nicolas.
Valquíria.
Wilson.
Sim.
Todos estão ali. Este era o propósito. O objetivo a ser alcançado. A jornada tinha este destino. Deus está realizado. Jesus sente aquele bem-estar
produzido por um trabalho feito com esmero. A cruz valeu. E
continua valendo.
Aprenda
esta lição com o moço de Nazaré. Solte o mundo e pegue nas mãos sua cruz. A carregue orgulhosamente por ruas forradas de pedras e espinhos. A leve e momentânea tribulação do presente,
está produzindo uma recompensa de glória. A cruz, é na verdade, um vale presente.
Vamos trocá-la por um galardão, que sequer, conseguimos dimensionar. Uma coroa
de honra tornará a “vergonha” do agora numa lembrança esquecida. E neste dia,
também poderemos olhar para as vigas de madeira no chão, massagear
demoradamente os ombros cansados, e se ver as voltas com a mesma conclusão do
Cristo ressuscitado. A cruz valeu muito a pena!
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