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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Exército de Esqueletos

Acreditar em Deus é ressuscitar todo dia, mesmo estando vivo!
(Samir França)


E de repente, sem maiores explicações, você se depara com um vale sinistro, cuja névoa densa distorce assustadoramente a silhuetas das árvores ao redor. Resquícios de árvores... Pouca luz... Muita fumaça... Há um cheio de morte naquele lugar, com acentuadas fragrâncias de desespero, frustração e dor. Sem entender o que está acontecendo, tenta mover-se para trás, e então escuta os estalos.... Terror genuíno e surreal ao mesmo tempo... Seus olhos mal conseguem acreditar na visão aterradora... Toda a extensão do vale está forrada por ossos... Crânios, úmeros, tíbias, fêmures, costelas e metatarsos amontoados por centenas de metros.... Talvez, quilômetros. Certamente, aquele foi o cenário de uma tragédia sem precedentes. Milhares de pessoas pegas numa armadilha mortal e estraçalhadas por um inimigo impiedoso... Massacre que a imaginação se recusa a recriar...

Passado o primeiro impacto (ainda com as pernas tremulas) você se põe a caminhar pelo vale, tentando inutilmente desviar-se das ossadas. É impossível.... Praticamente não existe espaço entre os esqueletos. Eles caíram ao chão como se uma força inexplicável os tivesse implodido de dentro para fora. Uns sobre os outros.... Exatamente por isso, em cada passada a aflição aumenta. O som dos estalidos reverbera pelo vale, enquanto escorpiões (absurdamente grandes) se recolhem para dentro de cavidades oculares escuras como noites sem lua... Noite... Quando se está dentro de uma cova coletiva, soterrado de cadáveres até os joelhos, o entardecer desponta no horizonte em pleno meio-dia. É melhor se apressar para sair dali... Enquanto caminha desequilibradamente por entre sacros e falanges, uma poeira branca sobe do chão... As partículas erriçam as narinas... O cheiro impregna o olfato... E uma sucessão de espirros rouba o folego reservado para a longa caminhada. Você para. Percebe que quanto mais corre, mais ossos são pisoteados, e eles simplesmente esfarelam-se... Estão ali expostos aos ventos, chuvas e dias ensolarados, sabe-se lá a quanto tempo... Anos? Décadas, possivelmente...  Ossos sequíssimos...

Quem eram eles? Porque se reuniram neste vale? Quem os fez perecer? Porém, todos estes questionamentos se tornam secundários, quando a mais relevante das indagações irrompe em sua mente, como se fosse um gêiser rasgando placas de gelo... 

- O que eu estou fazendo aqui?

Neste momento as lembranças retornam abruptas. A mesa com a toalha bordada, a manteiga derretendo sobre o pão ainda quente... O cheirinho de café fresco perfumando a cozinha... Ainda existe farelo nas pontas dos dedos e uma pequena mancha de geleia na camiseta branca... Nada faz sentido... Você acordou cedo, tomou banho e vestiu as crianças... Então, sentou-se para o desjejum com a barriga roncando de fome... Lembra-se de pegar o pão quentinho, cortá-lo vagarosamente para apreciar o “creck-creck” da casca tostada... – Hummm... Tem um pacote de torradinhas no armário e na geladeira a compota de geleia feita pela “nona”... Pegou o pacote. Abriu o pote. Combinação perfeita. Mas, o gosto não está na boca.... Nem mesmo a primeira dentada chegou a acontecer...  Enquanto a torrada ainda fazia o trajeto da mesa para os lábios, algo aconteceu... E tudo se transformou em... 

- Ah! Meu Deus!

Sim... Depois da torrada vieram os ossos. Nada entre a cozinha e o vale.... Não existe explicação lógica para a mudança de cenário. Mágica? Alucinação? Hipnose? Algum tipo de pegadinha? Você esforça para lembrar-se de algum detalhe entre os acontecimentos, e a única imagem que se forma na mente é o vislumbre de uma "mão gigantesca"... Um tipo de arrebatamento espiritual... A conclusão é que depois de tanto trabalho, estafa e stress, provável os dias de sanidade deixaram de existir... E neste momento de caos e devaneios, a voz retumba dos céus, como se o som trovões reverberassem ao mesmo tempo que milhares de outras vozes...

- Acalme-se... Eu te trouxe para o vale!

Essa experiência aterradora, de fato foi vivenciada por uma pessoa real. Ela estava aqui, entretida com seus afazeres, e de repente já estava lá, na companhia de milhares de esqueletos desmembrados. O responsável pelo traslado nada sutil (e absolutamente assustador), foi ninguém menos que o próprio Deus. História que pode (e deve) ser lida em suas minucias de detalhes no capítulo 37 do livro de Ezequiel, na qual o próprio profeta é narrador e protagonista....

- Veio sobre mim a mão do Senhor, e Ele me fez sair no Espírito do Senhor, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos... E me fez passar em volta deles, e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale, e estavam sequíssimos...

Porém, o primeiro foco desta narrativa nem de longe é o vale, tampouco os ossos, mas sim, a fé de Ezequiel. Deus queria mostrar ao profeta, sua potencialidade em fazer a diferença num mundo caótico, agindo como um fio condutor entre Deus e os homens. E gostando você ou não, esta é uma responsabilidade que também recai sobre os nossos ombros, e não exercê-la com esmero, é condenar à sequidão eterna, uma multidão de números incalculáveis. Dezenas, centenas, milhares de almas... Todas esperando que uma voz de autoridade ecoe pelo vale, invocando o sopro de vida sobre as carcaças esquecidas em covas rasas e sem identificação. Neste caso, ser agente da salvação numa realidade de condenados, mais que um dever cristão, é uma também honra imensurável... E se o profeta precisou ser transladado até o vale da morte, nós já estamos nele desde o dia em que chegamos ao mundo. Uma jornada (sem volta) rumo ao inevitável (e irreversível?) “perecimento físico”, que pode abrir as portas para a verdadeira vida, ou trancafiar a cela da morte definitiva, encarcerando o espírito  num limbo de agonia eterna.

Voltemos ao profeta...

Deus se encarregou de levar Ezequiel até o local onde sua presença teria fundamental importância. Depois, pediu que o profeta circundasse o vale, e identificasse por si só, qual o problema ali existente. Fácil... Um tapete quilométrico formado por ossos humanos não é mero detalhe que se pode ignorar. Ossos secos... Ressequidos... Sequíssimos... Por mais vigorosos que tivessem sido os corpos em vida, agora tudo o que restava era fraqueza, desgaste e fragilidades. Nada mais poderia ser feito. Último estágio para o desparecimento perpétuo de uma sociedade que não registrou seu nome na história. Neste ponto de conclusões óbvias e aparentemente definitivas, Deus surpreende o profeta com uma pergunta inquietante:

- Estes ossos, podem voltar a viver?

Ezequiel não duvidava do poder de Deus, mas conhecia bem a condição humana. Difícil.... Muito difícil... Talvez um cadáver fresco possa retornar dos mortos, mas esqueletos carcomidos e desmembrados são um desafio maior para o exercício da fé.... Assim, ele optou por omitir-se de qualquer opinião personalizada, e devolveu ao Senhor a responsabilidade por uma resposta conclusiva...

- Somente tú, Senhor, tem este conhecimento!

Ezequiel fez exatamente o que deveria fazer. Transferiu para Deus, (conhecedor de tudo e Senhor de todos), a autonomia de gerar vida ou consolidar a morte. Em um cenário de caos consumado, onde a resposta óbvia a qualquer prognóstico de esperança é sumariamente negativa, a única opção viável é confiar na sabedoria do altíssimo. Ele Sabe! Ele Pode! Ele Faz! Não há qualquer recriminação na postura do profeta. Apenas reconhecimento de suas próprias limitações. O homem mal consegue antever o próximo passo a ser dado, quanto mais entender os mistérios do além túmulo. Se ainda resta alguma possibilidade de esqueletos disformes e incompletos, novamente caminharem sobre a terra, somente Deus tem a resposta... E as condições...

Mas, aquele não era um teste para o poderio do Senhor. Ele tem em suas mãos todo o poder e nenhuma força existente é capaz de confrontá-lo. Nem mesmo a morte, que em seu furor implacável traz fim a toda forma de vida que conhecemos, consegue o atingir. Deus conhece além do conhecimento.... Vida além da vida. Existência gerada na inexistência. A receita simplista da criação (nada + nada + nada = TUDO)... As regras biológicas  que nos limitam e as leis naturais que regem o planeta se curvam diante do Senhor. Deus não precisa se provar para ninguém, e nem se presta a espetáculos pirotécnicos por mera vaidade. Há propósito em seus grandiosos feitos... Neste caso, Deus estava convidando Ezequiel para tornar-se participante de um milagre sem precedentes. O mesmo convite que também a feito a cada um de nós ainda hoje...

Anos atrás, minha esposa queria mudar todo o layout da cozinha. Logo, seria preciso remanejar móveis e eletrodomésticos de uma ponta para a outra nos espaços por ela demarcados. Quem faria todo o trabalho braçal? Pois é... Tenho certeza que você acertou a resposta. Mas, tudo bem... Eu não estaria sozinho nesta empreitada, pois alguém se prontificou a me ajudar nas tarefas... Meu filho Nicolas, que na época tinha menos que dois aninhos de idade. E para ser sincero, ele mais atrapalhou que ajudou... Sempre no lugar errado, impedindo a passagem ou tropeçando nas minhas pernas. Tinha que constantemente pegá-lo pelo braço, posicioná-lo ao meu lado, e lhe instruir em qual direção fazer "força".... Obviamente, por mais que meu pequeno se esforçasse, mal conseguia mover uma unica cadeira do lugar. Quem fazia todo o trabalho era eu... Mesmo assim, no final das contas, o crédito foi dividido por dois. Quando “terminamos” o remanejamento, ele estava eufórico, contando para “mamãe” sobre seu grandioso feito... Como empurrou o armário e levou o fogão para mais perto da porta... E quer saber? O meu "trabalho" e a "realização" do meu filho, revelou-se uma mistura perfeita... Melhor que queijo com goiabada ou bacon enrolado em mais bacon (rsss)... Naquela manhã de sábado, o Nicolas se sentiu fazendo parte de algo importante, um evento capaz marcar sua infante vida e mudar por completo a história da casa (pelo menos a história daquela cozinha)... Empregando todo o esforço que lhe era possível, "através de mim", ele moveu as peças de lugar, mesmo que na prática, suas forças não fizessem qualquer diferença no processo e sua participação nas tarefas tenha sido meramente simbólica. Tudo aconteceria da mesma forma se ele não estivesse ali... O trabalho foi todo meu, mas como foi bom realizá-lo junto ao meu filho, testemunhando seu sorriso inocente e genuíno, enquanto eu elogiava seus bracinhos fortes e aquela determinação inquebrantável que somente a inocência pode impulsionar...

Penso que Deus age da mesma para com seus filhos. O Senhor não precisa de mim para absolutamente nada, e mesmo assim conta comigo para fazer a diferença naquilo que é importante ao meu redor. Deus poderia permitir que dinheiro caísse dos céus diretamente nos cofres das igrejas, mas prefere contar com a oferta generosa de seu povo. Poderia erradicar todas as doenças do planeta, mas pede para que coloquemos as mãos sobre os enfermos, afim de que eles sejam curados. O Senhor faz dos ventos os seus mensageiros, e elege labaredas de fogo como ministrantes de seus desígnios, e mesmo assim, escolheu a mim (e a você) como os portadores de sua voz neste mundo... Participantes diretos de milagres maravilhosos, que não deixariam de acontecer em nossa ausência. Mas, o Pai celestes faz questão da tua presença! E da minha também... Somos crianças empurrando a geladeira, orgulhosos pelo avanço constante, quando na verdade todo "esforço" está sendo feita por Deus. E Ele, todo orgulhoso, afaga nossa cabeça com mãos carinhosas e exclama entre sorrisos: - Muito bem meu filho! Nós conseguimos! Bom trabalho! Somos uma ótima equipe!

Deus não divide sua glória com ninguém, mas tem dividido o crédito com seus escolhidos desde as eras remotas. Ele cria os animais, Adão escolhe os nomes. Moisés toca nas águas, Ele abre o mar. Alguém remove a pedra, Ele chama Lázaro para fora. Expulsamos os demônios e sobrevivemos ao veneno, mas o poder e a autoridade são patentes que somente Ele possui... Esta generosidade divina nos torna participantes de milagres. Sócios de Deus nas grandes causas. Agentes da mudança fazendo a diferença em ambientes familiares, enquanto o Senhor remaneja as estrelas de lugar e redefine os termos da eternidade...

Quando Ezequiel reconheceu sua incapacidade para reverter a morte em vida, creditando ao Senhor toda sabedoria e capacidade, Deus o convidou para participar da transformação. Tem horas que a grande questão não é o que Deus pode fazer, pois já sabemos de sua potencialidade. Nada lhe é impossível. O Senhor nos leva a pontos decisivos, onde os limites testados são os nossos. Ali, como um águia ensinando o filhote a voar, Deus me lança montanha baixo, com o único propósito de  ensinar-me a bater as asas e alcançar voos altos. A pergunta para o profeta não era sobre “crença” ou “possibilidades,” mas sim relativa a certeza de seu “chamado”. Ezequiel não foi escolhido para se conformar com o cheiro da morte. Ele deveria anunciar vida. Israel estava espiritualmente morto, um cadáver frio sob uma mesa mortuária gélida, esperando o sepultamento definitivo. O profeta deveria trazer calor para este corpo inerte, e reacender a chama da vida em corações amortizados. Por isso, Deus foi direto ao ponto:

- Ezequiel... Você sabe que eu posso fazer! Assim como sabes o que deves fazer agora.... Sobre a multidão de ossos secos que está na sua frente, profetize vida!

Simples assim. Perdemos tempo demais tentando entender de “osteologia”, quando na verdade, Deus te trouxe ao vale com um propósito muito objetivo. O Senhor gera a vida, e você a transmite. Então, não haja como uma criança assustada com decorações de Halloween, e nem se comporte como um cão, ensandecido diante da ossada. Apenas seja quem você precisa ser. Porta-voz do Altíssimo. Emissário do Eterno. Arauto do Rei Soberano Rei. Propagador de Cura.  Pregoeiro da Verdade. Proclamador de Esperança. Anunciante da Salvação... Sobre a multidão dos ossos secos, limite-se a profetizar vida!

- Ossos secos! Ouçam a Palavra de Deus! Assim diz o Senhor Deus a estes ossos... Farei entrar em vocês espírito, e voltareis a ter vida! E regenerarei os vossos tendões, e farei crescer novamente a carne, e sobre vocês estenderei pele... Porei em vós o espírito.... Novamente vivereis, e todos saberão que eu sou o Senhor!

A voz é tua, mas a Palavra é Dele. Seja o profeta, e que Ele seja a profecia! O milagre já foi despachado nos céus, e precisa que uma porta seja aberta na terra. Participe de algo grandioso, onde nada mais em volta será como era antes. Entenda de uma vez por todas, a essência do Salmo 60:12 e 108:13: - Em Deus faremos proezas...  Com Deus traremos vida aos cemitérios... Cânticos de alegria serão ouvidos nas catacumbas e júbilos de glória ecoaram dos sepulcros... Diante de uma sociedade imersa no lamaçal do pecado, profetize vida. Diante de uma igreja apostatada e corroída pelos sistemas humanos, profetize vida! Diante de famílias consumidas pelo desamor, profetize vida! Diante de um congresso corrupto e egoísta, profetize vida! Diante de um judiciário fragmentado, aparelhado e sem credibilidade alguma, profetize vida! Diante dos palácios da nação, berço da toda roubalheira e descaso social, profetize vida! Diante do sepultamento dos valores morais e éticos, profetize vida. Diante de altares tombado, profetize vida! Diante da tristeza expressa nos olhos das crianças, profetize vida! Diante da falência religiosa e institucional, profetize vida! Diante da recessão econômica e do desemprego, profetize vida! Diante do luto pelos sonhos abatidos, profetize vida! Diante da morte, profetize vida!

Bastou Ezequiel profetizar para que um fenômeno surpreendente tivesse início. Enquanto as palavras ainda eram ditas, os ossos começaram a se mover, e cada qual, procurava o adequando lugar de encaixe.... Um ruído ensurdecedor percorreu todo o vale.... Uma névoa de cálcio impregnou o ar... Quando a poeira se dissipou, não haviam mais amontoados disformes de ossadas, mas sim milhares de esqueletos completos. A visão era tão impressionante quanto assustadora, e as surpresas estavam só começando... Por alguns segundos, o silêncio do profeta se fundiu ao silêncio do vale... Depois do grande ruído, quietude absoluta... Mas logo, um grito de espanto ecoou da boca de Ezequiel... Dentro dos esqueletos, órgãos começaram a se formar... Rins, pâncreas, corações... Nervos e tendões se esticaram sobre os ossos, como se fossem riachos seguindo um curso irregular... E então, carne... Muita carne... Musculatura exposta num tom vermelho sangue... Uma visão digna de pesadelos... Não era agradável de ver, mas fazia-se necessário presenciar... Mudanças no exterior só expressam uma postura social. Mudanças no interior caracterizam renovação de alma. Catarse de pensamento.Transformação de verdade. Embora não seja o processo mais bonito, é o único que realmente funciona... Assim, a pele foi a última etapa da metamorfose. O profeta só conheceu rostos, depois de conhecer as entranhas... Mais uma vez, Deus permitindo que seu servo enxergasse o homem na mesma perspectiva que Ele mesmo nos observa... De dentro para fora...

O vale não estava mais recoberto de ossos... Ele abrigava uma multidão de cadáveres. E Deus, de maneira alguma, deixaria uma obra que começou sem a devida conclusão... Era chegada a hora de levar pessoas à Deus, atraindo Deus para as pessoas... A semeadura vem antes da colheita... Primeiro é preciso consertar o altar, para então clamar pelo fogo... Não dá pra inverter a ordem... Construa o tabernáculo, depois convide Deus para o visitar... Ezequiel profetizou aos ossos que se preparassem para a vida... Este foi o primeiro estágio... Agora, precisava clamar pelo Senhor, razão de todo viver!

- Vem dos quatro ventos...  Oh, Espírito de Deus! Assopra sobre estes corpos para eles tenham vida!

Deus deseja reviver esta nação. As igrejas brasileiras. Os lares e as famílias. Porém, só virá sarar a terra ferida, quando seu nome for invocado. O problema, é que mortos não falam. Nada podem fazer de suas sepulturas espirituais. Alguém precisa gritar por eles. Gritar com eles. Gritar para eles. Faze-los acordar do sono da indolência, do conformismo religioso e da apatia espiritual... Por isso Deus nos convida para o milagre. Ele detém nas mãos todo poder, mas não arromba portas. Não viola túmulos. Alguém tem que remover a pedra.... Destrancar o portão.... Ser voz no silêncio... Luz na escuridão... A diferença num mundo indiferente... Não perca seu tempo investigando o passado das multidões derrotas no vale. Não queira vasculhar o acervo de erros, falhas e pecados do próximo. Sua missão não é ser um Sherlock Holmes da fé e nem mesmo um detetive da série Bones. Entenda que Deus te trouxe ao vale "hoje." Sua função neste plano redentor se limita ao "agora". Os ossos já estão sequíssimos, e tudo o que aconteceu antes disto, só corroborou para a tragédia. Ficou para traz. Deus quer que sejamos propagadores de vida, e não causadores de danos ainda maiores. Não corra pelo vale pisoteando ossos sequíssimos, pois o resultado desta irresponsabilidade é pó e dissipação. Clame pelo ajuntamento. Não colabore com o distanciamento.  Invoque a presença do Senhor!  Tem muita diferença entre ser “voz de despertamento” e “voz de destemperamento”. Não julgue um homem por suas fraturas expostas, pois você não sabe as batalhas que ele travou antes de sua chegada. Fuja de ideologias baratas e julgamentos melindroso... A mesma multidão que caiu, ainda pode se levantar, militando com valor pelas causas do Reino!

- E assim que profetizei como o Senhor me ordenou, entrou neles o Espírito, e voltaram a viver... E quando se puseram de pé, pude contemplar a verdadeira forma daqueles ossos: UM EXÉRCITO GRANDE EM EXTREMO!

Um exército grandioso, derrotado em guerras passadas, mas trazido de volta ao antigo esplendor pelo poder de Deus, mediante a coragem de um único homem, em profetizar vida, mesmo estando num vale de morte. Consegue olhar em volta e vislumbrar possibilidades parecidas? - Oh, Casa de Israel! Oh, Nação Brasileira! Depósito de ossos secos, esperanças perdidas e vidas cortadas... Oxalá exista entre vós, profetas que não se esquivem da responsabilidade e nem se acovardem diante da morte. Gente disposta a arregaçar as mangas e com as próprias mãos abrir os túmulos a muito tempo lacrados. Na perspectiva divina, os ossos estão apenas dormindo, e precisam urgentemente de despertamento... O tempo urge e Deus tem pressa... Quando os exércitos formados por soldados vivos se negam ao combate, da sepultura Deus levanta para si um contingente corajoso, que não mais incorrerá nos erros do passado... 

Seja a voz.... Seja o profeta.... Profetize vida sobre os ossos de alguém, antes que alguém precise profetizar vida sobre os ossos que “hoje” ainda está dentro de você! Seja ressuscitado antes mesmo de experimentar o amargo gosto da morte!


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