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terça-feira, 30 de outubro de 2018

Eu já fiz o universo tremer!


A oração é o encontro da sede de Deus e da sede do homem.
(Agostinho)


Confesso que sinto mais "necessidade de orar", do que "oro" de verdade. Estou sempre com vontade, porém, na maioria das vezes, indisposto. Como Max Lucado definiu em seu livro “Antes de dizer Amém”, posso me declarar “um banana da oração em recuperação”. Admiro pessoas próximas a mim que passam horas ajoelhadas falando com Deus, e quando se levantam, continuam em comunhão dialogando mentalmente com o Pai, já que para elas, encerrar o ciclo devocional é doloroso demais... Eu, por outro lado, estou sempre olhando o relógio, contanto os minutos para que o tempo pré-determinado (por mim mesmo) se encerre logo, e finalmente possa voltar para os afazeres triviais... Também não estou dizendo que nego-me a períodos de oração. Falo com Deus de forma íntima e sou visitado pelo seu Espírito constantemente... A inspiração para qualquer texto passa primeiro por experiências profundas com o sobrenatural... Entretanto, reconheço, é pouco... Muito pouco... Poderia ser mais... Deveria ser muito mais... O que tenho feito não passa de gotas, e existe um oceano a ser desbravado.... E nesta jornada (tão obrigatória quanto prazerosa) a oração é o navio, a bússola e o farol...

Ninguém ora em excesso. Na verdade, estamos mais perto da reserva, que de atingir os limites do tanque cheio. Tratamos a oração como uma necessidade diária, comparada a idas ao banheiro, ingestão de líquidos e refeições regulares. Não é... A oração está para a vida cristã, na mesma proporção que o ar para o organismo humano. Se faltar, mesmo que por um curto período, coloca em cheque toda existência... Como alguém muito sábio ponderou, "orar não deve ser a última solução, e sim, a primeira atitude". Jamais deve correr o risco da falta. Posso até não saber orar como convém, mas preciso saber que me convêm orar em todo tempo... Sem a oração, o crente se torna uma lembrança esquecida, uma lágrima perdida no meio da tempestade, cinzas de um holocausto nuclear. A falta da intimidade com Deus é um passaporte para a escuridão eterna, pois se não desejamos estar próximos ao Senhor nestes breves anos terrenos, é paradoxal desejar estar ao seu lado por toda a eternidade. Assim, é preciso entender a oração como um “teste” que demonstra a intenção de nossos corações para com Deus, e um “exercício espiritual”, que nos mantém preparados para uma maratona eterna de louvor e adoração. E esta constância não é fácil, porém necessária...

Podemos dizer que a prática diária da oração exige abnegação, sacrifícios e renúncias, sendo por vezes uma rotina cansativa e até pesarosa. Martin Lutero descrevia a oração como sendo o “suor da alma”. Porém, uma vida dedicada a oração se torna prazerosa, pois nada pode trazer mais paz e felicidade ao coração humano do que desfrutar de intimidade com Deus. A rotina da oração pode sim ser pesarosa, já que traz em seu bojo a questão da sobrevivência. É preciso orar para “não” morrer no sentido espiritual. Porém, o tempo e a persistência vão deixando esta prática cada vez mais agradável. O homem que faz da sua oração um hino de louvor, passa a orar não por uma necessidade mesquinha, mas, sim, porque deseja estar perto de seu Deus, conversar com seu melhor amigo, desabafar e ser aconselhado por seu Pai. Quando a verdadeira essência da oração é compreendida, nenhum dia será completo sem a comunhão irrestrita com os céus. Neste ponto, a oração se torna uma atividade tão prazerosa, que já não é mais possível deixar de praticá-la. Quando o evangelista inglês Smith Wigglesworth, famoso por realizar obras portentosas em nome de Jesus, foi questionado sobre sua vida de oração, prontamente respondeu: - "Eu nunca oro mais do que cinco minutos, e eu nunca fico mais do que dez minutos sem orar".

Segundo os relatos de pessoas que acompanharam o ministério de Wigglesworth, este homem era dotado de tamanha comunhão com Deus, que sua oração foi capaz de ressuscitar mortos. Como isto é possível? Gosto imaginar que cada prece sincera tem o mesmo poder de uma bomba atômica, que lança ao lar pétalas de rosas e perfume...  Aromatiza a alma, perfuma o espírito e aquieta o coração... Ao mesmo tempo, tem a capacidade de "pulverizar" impérios e principados... Tiago 5:16 é categórico em afirmar que a oração de um justo pode muito em seus efeitos. Ela é poderosa e eficaz... E como Max Lucado bem definiu, "o poder da oração não está naquele que faz, e sim em quem escuta". 

A oração é o único elemento produzido na Terra que consegue a proeza de atravessar por entre as potestades e legiões celestiais, e literalmente, rasgar os céus. E ali, onde reina pureza e perfeição, as orações realizadas pelos Servos de Deus, são recebidas com júbilo e alegria, pois tem a capacidade incompreendida de perfumar o próprio paraíso. João testemunhou em loco esta realidade, e a descreveu em suas revelações: 

- E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos (Apocalipse 5:8). 

Um pouco mais a frente, João se aproxima do Trono do próprio Deus, e avista diante dele um altar de ouro. Então um anjo imponente se apresenta, tendo em suas mãos um incensário de ouro. Em seu interior uma grande quantidade de incenso, que será usado para manter a chama do altar acessa. Para que tal “combustão” aconteça, primeiro é necessário agregar um novo componente a esta mistura: 

- E foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono. E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus (Apocalipse 8:3-4).

Que linda revelação. São as nossas orações que mantem acessa a chama do altar que está diante do Trono de Deus. Pode haver privilégio maior? Nenhuma arma fere Deus. Nenhuma tecnologia consegue alcançá-lo. Nenhum exército pode confrontá-lo. Mesmo assim, a mais singela oração feita aqui na terra, tem o poder de fazê-lo se levantar de seu Trono, para simplesmente, sentir o cheiro suave que emana de uma prece. E o que acontece depois é absolutamente poderoso. A imensidão celeste é tomada por fogo, trovões, relâmpagos e terremotos (Apocalipse 8:5). A oração que implode o inferno, também estremece os céus...

Se não bastasse tamanho poder, a oração ainda tem a capacidade ímpar de comover o coração de Deus em "nosso" favor, fazendo-o mover suas mãos em "nosso" auxilio, bradando dos céus em "nosso" socorro. Deus ouve todas as nossas orações, já que seus ouvidos nunca se fecham ao "nosso clamor" (Isaías 51:1). E o Senhor responde a cada uma delas: -  Porque todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, a porta se abre” (Mateus 7:8). E como é agradável a promessa de termos nossas orações atendidas, seja com "sim" ou "não". Pai e Filho se olhando nos olhos e enxergando a alma um do outro... Poder e ternura. Um joelho que toca o o solo, provoca frisson na eternidade... Explosão de Glória e Amor... 

Continuo sendo um "banana da oração em recuperação", mas posso seguramente dizer, que cada vez que me disponho a orar com sinceridade de alma e entrega de coração, faço o universo inteiro tremer! E acredite... No céu, terremotos sempre serão motivos de festa, jubilo e celebração...



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