A maneira mais
rápida de acabar com uma guerra é perdê-la.
(George Orwell)
A guerra não se importa com os inocentes. Ela
simplesmente acontece, consumindo tudo e todos que estiverem em seu caminho. Um
enxame de gafanhotos explosivos devastando os campos floridos. Flores em
chamas. Vidas destruídas. Para apreciar a guerra é preciso lucrar com ela.
Obter vantagens e benefícios com a tragédia alheia. Ambição para governar sobre
escombros ou sede por sangue ainda aquecido. Gente comum quer mesmo é viver em
paz. Longe do caos. Distante da morte. Mas, que escolha temos, quando num dia
sangrento, acordamos em meio ao conflito? Nem mesmo quem aperta o gatilho (ou pilota o bombardeiro) gostaria de
estar ali. É apenas o dever gritando tão alto, que nada mais pode ser ouvido. Logo, é preciso seguir em frente atirando, mantendo-se em pé o máximo de tempo possível.
Instinto de sobrevivência em seu estado mais latente.
A mesma guerra que devora soldados, também se
alimenta de civis. Todos são petiscos diante deste monstro faminto que vocifera
ameaças e cospe fogo. Os noticiários da TV acompanham seu rastro inflamável, e
de longe, sentimos pena das vítimas inofensivas, enquanto secretamente estamos
aliviados pela sorte de não termos nascido na Síria, Iraque ou Sudão. E quando
tiros ecoam nas favelas do Rio de Janeiro, somos gratos por este "não" ser
problema de alguém que mora no "interior de São Paulo"... É bom estar longe de
conflitos. Tão bom, quanto impossível. O monstro devorador de almas tem muitos
filhos, com as mais variáveis aparências. Batalhas que lutamos sem perceber. Pelejas
que nos destroem antes do café da manhã, e mesmo assim, seguimos com a rotina
do dia. Ainda nem tomamos posição efetiva no “fronte”, e a alma já se tornou estatística militar.
Mais um efeito colateral da guerra. Baixa civil que não muda o resultado do
embate, porém destrói por completo um número incontáveis de vida.
Bombas caindo do céu. Telefones tocando na
madrugada. Banker´s militares. Salas de emergência. Guerras diferentes, com
resultados semelhantes. Conflitos externos que podem explodir o corpo de um
homem em mil pedaços. Conflitos internos que fragmentam a alma de forma tão
intensa, que reduzem a existência a uma casca humana recheada de pó. Não
queremos tomar parte destas guerras, mas elas já estão dentro de nós, esperando a sirene tocar. O câncer de hoje, era apenas uma célula ainda ontem.
O jovem viciado, já foi aluno da EBD.
A parada cardíaca, atingiu o mesmo coração que pulsava segundos atrás.
Tudo estava indo bem, e de repente o céu azul se tornou negro. O zumbido dos
aviões bélicos atordoa os sentidos e mal temos tempo para entender os
acontecimentos. E então, a bomba cai. A casa construída com anos de esforço é
imediatamente reduzida a escombros. E mais ogivas são lançadas. Inocentes
correm em chamas, e não sabemos como agir. Ninguém nos preparou para isso. Não
há armas nas mãos. A guerra abre sua bocarra e corre em nossa direção. E neste
momento desesperador, apenas nos resta um grito incompreensível que ecoa sem
resposta. Se nada há para fazer, então tudo já foi feito... Neste ponto, a tendência
é simplesmente sucumbir sem esboçar qualquer reação efetiva.
Dias atrás estava numa situação parecida com
esta. Não havia bombas caindo do céu, elas despencavam do teto. Bombas
incendiárias. E como um escorpião coagido pelas chamas, lá estava eu, pronto
para me golpear com o próprio aguilhão, inoculando na alma o amargo veneno da
frustração. Neste instante, meu pai me ligou: - Está tudo bem, filho? Duas palavras depois e as lágrimas já
brotaram no rosto. Sem maiores detalhes, apenas compartilhei com ele minha
incapacidade de lidar com o conflito inesperado no qual fui “equivocadamente”
inserido. Tudo o que eu queria era desertar, correr para casa e deixar a
batalha para os soldados. Então, meu pai me lembrou de um pequeno detalhe que
as vezes insisto em esquecer:
- Filho, você é um soldado! E se Deus permitiu que esta guerra chegasse a sua porta, é porque sabe que as arma necessária para o combate já está em suas mãos...
- Filho, você é um soldado! E se Deus permitiu que esta guerra chegasse a sua porta, é porque sabe que as arma necessária para o combate já está em suas mãos...
Simples assim. Eu não sou um efeito colateral
da guerra. Nem mesmo uma vítima civil. Me alistei para esta batalha. Competi
para estar vivo e venci. O mesmo se aplica a você. Todos somos vencedores
natos, afinal, qual desafio pode ser maior que a corrida pela vida? E agora que
já estamos aqui, cabe a cada um de nós escolher lutar as próprias guerras, ou
ser engolido por elas. E pensando bem, se a batalha é minha, existe melhor
opção que batalhar? Até, porque, ninguém vai enfrentar teus conflitos internos
por você, e é exatamente na alma que as grandes vitórias começam a ser
desenhadas.
Sempre que leio a história de Jó me sinto
inferiorizado em relação ao patriarca. Tenho plena convicção que jamais
suportaria a mesma provação sem deixar desmorecer minha fé. Acordar milionário e dormir mendigo? Chorar em
dez velórios no mesmo dia? Se tornar uma ferida purulenta ambulante? Nada
disto é para mim. Certamente perderia a batalha antes mesmo dela começar.
Somente sendo Jó para sobreviver a tamanho infortúnio. Porém, ultimamente tenho
pensado um pouco diferente. Será que Jó
passaria pelas minhas provações com o mesmo destemor? E, sinceramente, acredito que não... Longe de mim a ideia de
ser melhor que o notável morador de Uz, simplesmente entendi que Deus confia a
cada um de nós, batalhas que podemos vencer. A prova vem com meu DNA embutido
nela. Na proporção exata a minha capacidade de retaliação. Jó lutou a sua com excelência. Agora, preciso enfrentar a minha.
Esta condição facilita o combate? Obviamente
que não. Mas, com certeza equilibra as forças. É bom olhar nos olhos do adversário
sabendo que o monstro desolador não é páreo para você. E acredite, ele não é! Deus já te deu as armas
para vencê-lo, mesmo que ainda não tenha percebido. Minha amiga Jusileine Beatriz conta que num momento de grande provação financeira, prestes a ser
derrotada pelo desespero, se lembrou que tinha “algumas” habilidades que
poderiam ser usadas para a confeitaria. E então, "partiu para a guerra armada
com bolos e brigadeiros". E venceu. Se tornou a Jucy´s Baker. Mais forte. Mais
preparada. Um tipo de super-heroína do mundo real cuja capa é feita de pasta americana. Em 2007 tive que lidar com uma terrível
depressão. Se não bastasse a tristeza avassaladora, os efeitos dos remédios se
revelaram mais desagradáveis que os sintomas da doença. Que guerra! Já quase hasteando a bandeira branca, descobri que as armas necessárias para o combate estavam na escrivaninha do meu quarto. Parti para a batalha usando
papel e caneta. Nesta época, escrevi os primeiros rascunhos do que viria a ser
o “QUANDO (NÃO) ENTENDO DEUS”. Matei quem estava me matando.
Sei que não é fácil, mas, uma luz brilha forte no fim do túnel assim que fazemos esta descoberta. Deus já te entregou as armas que matam o monstro. Enfrenta-lo não é uma missão suicida! É uma decisão corajosa, baseada na confiança que o Senhor dos Exércitos é quem me capacita para a batalha.
Sei que não é fácil, mas, uma luz brilha forte no fim do túnel assim que fazemos esta descoberta. Deus já te entregou as armas que matam o monstro. Enfrenta-lo não é uma missão suicida! É uma decisão corajosa, baseada na confiança que o Senhor dos Exércitos é quem me capacita para a batalha.
Combates grandiosos. Escaramuças quase
imperceptíveis. Guerra é guerra, não importando a nomenclatura. Um diagnóstico
médico pessimista é como um contingente de mil soldados descendo contra um guarda
de trânsito. A tristeza de um relacionamento desfeito se equipara a um
encouraçado abrindo fogo contra veleiros de papel. O desemprego prolongado se assemelha ao
cerco de um batalhão, impedindo que água e comida entre na cidade, levando seus
moradores a definharem por fome e sede. São muitos os conflitos nos aguardando
fora de casa, e tantos outros acontecendo debaixo deste mesmo telhado. E
podemos vencer cada um deles. Temos ao nosso lado um Deus que é mais poderoso
que os mais poderosos exércitos. Maior que todos os gigantes. A cura de
qualquer enfermidade. A calmaria das mais intensas tempestades. O Senhor é a
solução definitiva para os mais ferrenhos conflitos.
Em seu livro “O Deus Invisível”, Philip
Yancey nós um inspirador testemunho que aponta para sucesso num contexto de
evidente fracasso: - “Aprendi buscar a
Deus e apoiar-me com convicção em sua graça, especialmente quando alguma área
da minha vida está mergulhada em desastre.” Quando desenvolvemos este tipo
de entendimento, o céu escuro se ilumina com o sol do meio dia. A verdade se
revela fluente como um veio cristalino de água, mesmo que um rio de sangue
ainda corra pelas trincheiras. A batalha pode até ser minha, mas a guerra não é.
Certa vez, o oficial norte americano Douglas MacArthur declarou que somente os
mortos conheciam o fim da guerra. Quando disse esta frase, certamente retirou
Deus da equação...
Deus é
meu refúgio e minha fortaleza... Ele é meu socorro em tempos de aflição. Por
isso não devo ter medo, mesmo que o mundo desmorone a minha volta e as montanhas
sejam devoradas pelos oceanos... Os governos irão se inflamar e as nações sempre
terão motivos para o conflito, porém, basta que o Senhor erga sua voz para a
terra engolir cada um deles... Preciso me lembrar do que Deus pode fazer. Ele é
quem põe fim as guerras. Destrói as bombas e corta ao meio as metralhadoras.
Queima com seu fogo "F-22 Raptor" e tanques "M1 Abrans"! Devo apenas me
preparar para as minhas batalhas, deixando que o meu Deus lute por mim as
minhas guerras! O Senhor dos Exércitos está ao meu lado! O Deus de Jacó é o meu
protetor! (Adaptado do Salmo 46)
Se a guerra é inevitável, vencê-la é uma
questão de escolha. Basta fazer uma visita no arsenal. Deus já nos confiou as
armas específicas com as quais enfrentaremos cada combate diário. As chamadas “Batalhas
Possíveis”. E quando a "guerra" bater na porta, e nossa artilharia tornar-se
inoperante, nada de desespero. No momento em que uma bomba chamada “impossível”
é lançada contra a minha vida, a presença de Deus se revela a mais poderosa dentre todas as armas. Defesa intransponível e ataque inerrante. A única com a
capacidade de finalizar definitivamente todos os conflitos. E ela já está aí
com você, disponível para uso imediato. Porque não lançar mão agora mesmo? Como bem
disse o Pr. Eduardo Silva, “ao homem cabe
as vírgulas tristes de uma história, mas é Deus quem coloca um ponto final de alegria!
”
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