A força
de vontade dos fracos chama-se teimosia.
(Marie
Von Ebner-Eschenbach)
Existe
uma grande diferença entre “perseverança” e “teimosia”. O teimoso é apegado as
suas convicções pessoais de forma tão enraizada, que não aceita opiniões e
argumentos externos (ainda que venham dos
céus), mesmo ciente que está visivelmente errado. Já o perseverante, não
desiste de seus objetivos, mantendo em equilíbrio ações e pensamentos, o que lhe
permite uma visão mais abrangente sobre os obstáculos do caminho, e
consequentemente, maior facilidade para encontrar maneiras de contorná-los, seja
sozinho ou com a ajuda de alguém. Enquanto o teimoso tropeça em seu próprio
ego, o perseverante entende que a teimosia é uma pedra interditando a estrada,
e tem a humildade de retirá-la de seu caminho.
A
perseverança caminha amparada pela fé, enquanto a teimosia saltita pelos
valados, alheia a tudo e todos. Auto-suficiente em vida, a tendência é que na
morte, ela esteja sempre sozinha.
Toda
vez que leio o texto de Mateus 7:7, me vejo as voltas com a mesma indagação. Em
minhas preces, petições e anseios, como tem sido meu comportamento? Qual
combustível impulsiona o motor de minhas crenças, esperanças e afirmações? Perseverança
consciente e amadurecida ou teimosia débil, demagógica, inconsequente e pueril?
Neste texto supracitado, Jesus estava censurando os hipócritas de plantão. O Mestre se mostrava indignado com as atitudes incongruentes daqueles que criticavam as pequenas falhas de seus irmãos, enquanto falhavam miseravelmente em suas próprias atitudes. Cristo também exortou seus ouvintes sobre o perigo da banalização daquilo que é santo: - Não joguem aos cães aquilo que é sagrado. Eles devorariam até mesmo as mãos que os alimentou. Não atirem pérolas aos porcos. Elas serão pisadas, esmagadas e as preciosas migalhas desaparecerão na sujeira. Duras palavras. Ensinamento cirúrgico. Exortação pungente. E foi neste exato ponto do sermão, que ecoou dos lábios de Jesus os versos que, ainda hoje, tão agradavelmente ressoam aos nossos ouvidos:
Neste texto supracitado, Jesus estava censurando os hipócritas de plantão. O Mestre se mostrava indignado com as atitudes incongruentes daqueles que criticavam as pequenas falhas de seus irmãos, enquanto falhavam miseravelmente em suas próprias atitudes. Cristo também exortou seus ouvintes sobre o perigo da banalização daquilo que é santo: - Não joguem aos cães aquilo que é sagrado. Eles devorariam até mesmo as mãos que os alimentou. Não atirem pérolas aos porcos. Elas serão pisadas, esmagadas e as preciosas migalhas desaparecerão na sujeira. Duras palavras. Ensinamento cirúrgico. Exortação pungente. E foi neste exato ponto do sermão, que ecoou dos lábios de Jesus os versos que, ainda hoje, tão agradavelmente ressoam aos nossos ouvidos:
Peçam, e vós será dado!
Busquem, e encontrarão!
Batam, e a porta lhes será
aberta.
Quem pede, recebe!
Quem busca, encontra!
Quem bate na porta, é atendido!
(Mateus 7:7-8)
Em
suas ministrações, Jesus Cristo entregou respostas definitivas para questões
eternas. Apontou o Caminho. Revelou a Verdade. Apresentou a Vida. Mesmo fazendo
uso desta abordagem direta em seus ensinamentos, Ele nunca privou seus
seguidores das interpretações pessoais. A essência da mensagem nunca deixou de
ser prática e objetiva, mas a forma como era ministrada, abria um leque de
perspectiva aos ouvintes. Jesus nos ensinou a pensar, analisar, meditar e refletir.
O cristianismo não nasceu para ser uma “religião” de comida enlatada. A Palavra
se renova diariamente. Alimento fresco todo dia e com temperos variados, sem
perder o sabor original. Sempre há algo novo a se descobrir incrustado em
verdades descortinadas dois milênios atrás. Basta não ter preguiça de ponderar.
Certa
vez, Jesus foi questionado por seus discípulos sobre era a sua real identidade.
Havia muitas teorias circulando entre o povo: - Senhor... Uns dizem que você é Elias... Outros dizem que você é
Moisés... Quem você é de verdade? - Jesus não entregou uma resposta
pragmática. Apenas lhes deu indícios. Cegos descrevendo as cores do Arco Iris.
Aleijados saltando pelas ruas da Galileia. Leprosos almoçando com seus
familiares. Mães enlutadas brincado de “amarelinha” com seus filhos moribundos.
E, então, devolveu a pergunta: - Quem
“vocês” dizem que eu sou? - Os discípulos tiveram que pensar. Analisar.
Refletir. Entender a mensagem coletiva e chegar a uma conclusão pessoal: - Você é o Cristo! O Filho de Deus!
E
é fazendo este exercício de reflexão tão estimulado por Jesus, que me visualizo
diante da porta pela qual pretendo desesperadamente passar. Ela está fechada.
Eu toco a campainha e ninguém atende. Insisto, e as trancas continuam cerradas.
Respiro fundo, e bato na porta de madeira. O som oco das batidas secas, logo é
engolido pelo silêncio. Nova lufada de ar. Irritabilidade. As mãos aceleradas
esmurram a porta com violência. Nada acontece! Então, eu abro a minha Bíblia e
leio em voz alta, o texto sublinhado de amarelo: - Peça, e receberás. Procure, e então encontrarás. Bata, e a porta se abrirá. - Ali, diante da porta fechada, faço
chantagem emocional com Deus. Questiono a veracidade de sua Palavra. Movido
exclusivamente pela minha “enorme” insistência, o Senhor atende o meu pedido.
Permite que a porta seja aberta. Somente nesta hora, é que de fato, eu vou ter plena
ciência “do que” (ou quem) “estava”
trancafiado neste quarto selado. Deus, por outro lado, sempre soube da verdade.
Por isso mantinha os acessos lacrados. A porta aberta é uma via de mão dupla.
Quem está fora entra, e quem está dentro sai. E o monstro trancado no sótão, acabou
de ganhar um passe livre, e também poderá andar por todos os cômodos, devorar
os moradores da casa, começando exatamente, por mim, que sou o mais próximo da
porta escancarada. E foi a minha insistência que forçou sua abertura.
E
aqui estamos nós, diante de um dilema moral (e espiritual).
Qual
é a linha que delimita as fronteiras?
Onde
a persistência termina e a teimosia tem seu gêneses?
Antes de gritarmos com Deus exigindo mimos e galanteios, reverberando o texto de Mateus 7:7-8 como se fosse um mantra que condiciona o Senhor a uma posição subserviente, lembre-se que nos versos seguintes, Jesus faz uma observação muito relevante. Talvez, o ponto chave do ensinamento: - Até mesmo um “homem dotado de maldade” é criterioso na hora de atender os desejos de sua cria. Imagine, então, o cuidado de Deus para com a vida de seus filhos (Mateus 7:9-10).
O amor verdadeiro é incondicional, mas nunca é irresponsável. Lembro-me quando meu filho Nicolas pediu um “leão” de presente em seu aniversário. Não o bichinho de pelúcia, um “leião” de verdade (sim, a pronuncia era exatamente esta – “leião”). Ele queria um “Simba” para chamar de “seu”. Eu poderia passar horas listando os motivos pelos quais jamais poderia atender este pedido, e mesmo assim, no auge de seus três anos, o Nicolas não iria compreender nenhum deles. Estava convicto que ter um “leião” seria a melhor coisa da sua vida. Como pai, eu disse “NÃO”. Conheço a “Bela” e a “Fera”. Sei que o mais mansinho dos leões tem o potencial para arrancar o braço de um homem adulto com apenas uma dentada. Jamais vou dar um deles de presente para o meu filho. Nem se pudesse. Deus também é assim. Ele sabe a nocividade escondida em desejos singelos, e nos nega “privilégios” que trazem em seu bojo o caos, destruição e morte. Mesmo tendo o poder para conceder todos os desejos que eclodem de nossos corações.
Antes de gritarmos com Deus exigindo mimos e galanteios, reverberando o texto de Mateus 7:7-8 como se fosse um mantra que condiciona o Senhor a uma posição subserviente, lembre-se que nos versos seguintes, Jesus faz uma observação muito relevante. Talvez, o ponto chave do ensinamento: - Até mesmo um “homem dotado de maldade” é criterioso na hora de atender os desejos de sua cria. Imagine, então, o cuidado de Deus para com a vida de seus filhos (Mateus 7:9-10).
O amor verdadeiro é incondicional, mas nunca é irresponsável. Lembro-me quando meu filho Nicolas pediu um “leão” de presente em seu aniversário. Não o bichinho de pelúcia, um “leião” de verdade (sim, a pronuncia era exatamente esta – “leião”). Ele queria um “Simba” para chamar de “seu”. Eu poderia passar horas listando os motivos pelos quais jamais poderia atender este pedido, e mesmo assim, no auge de seus três anos, o Nicolas não iria compreender nenhum deles. Estava convicto que ter um “leião” seria a melhor coisa da sua vida. Como pai, eu disse “NÃO”. Conheço a “Bela” e a “Fera”. Sei que o mais mansinho dos leões tem o potencial para arrancar o braço de um homem adulto com apenas uma dentada. Jamais vou dar um deles de presente para o meu filho. Nem se pudesse. Deus também é assim. Ele sabe a nocividade escondida em desejos singelos, e nos nega “privilégios” que trazem em seu bojo o caos, destruição e morte. Mesmo tendo o poder para conceder todos os desejos que eclodem de nossos corações.
Segundo
o texto de Jeremias 29:11, o Senhor jamais irá intentar o mal contra seus
filhos. Ele nos ama, e deseja que sejamos plenos de felicidade. Deus tem
pensamentos de paz sobre nós. E planos para nos conduzir a um “final feliz” que
não tenha fim. E como todo pai sabe muito bem, isso implica em educar com austeridade,
direcionar passos inconformados e cercear liberdades perniciosas. O amor
responsável sabe dizer “NÃO”, mesmo quando quem lhe é amado, implora
copiosamente por um “SIM”.
Deus
faz a sua parte visando a minha (e a sua) segurança. Fazemos a nossa? Diante das
negativas divinas, temos sido perseverante ao propósito ou teimosos nas
ambições?
A
perseverança é amiga da fé. Contam segredos entre si. Dormem na mesma cama com
total liberdade. Elas se entendem mesmo que palavras não sejam ditas. A fé se
regozija quando Deus diz SIM, mas, aceita de bom grado quando a resposta é NÃO.
Por sua vez, a perseverança sabe ouvir conselhos. Compreende os sinais. Por
isso mesmo, deixa de bater em certas portas, mesmo sem nunca interromper sua
busca. Existem centenas de oportunidades esperando para serem aproveitadas.
Milhares de portas esperando para serem abertas. Não há motivos para insistirmos
exatamente nas que nunca deveriam se abrir.
E
aqui, vejo uma mensagem de alerta num texto onde a maioria só enxerga promessas
de prosperidade e sucesso. Quando você insiste em bater numa determinada porta,
ela vai, de fato, se abrir. E isto, nem sempre é bom. Tiago 4:1-7 nos acautela sobre a
deficiência de nossas petições. Não sabemos “o que pedir” e nem “como pedir”.
Pedimos mal e pedimos errado. E quem pede, recebe. Procuramos coisas (e pessoas)
que Deus tem mantido fora de nossa vista. Mesmo assim, insistimos na busca.
Procuramos pelo em ovo. Chifre na cabeça de cavalo. As pernas da serpente. A
agulha do pecado num palheiro de santificação. Quem busca, encontra.
Quando
era criança, eu e meus irmãos gostávamos de uma boa traquinagem (graças a Deus por isso, éramos crianças
sadias e normais). Nos dias mais espevitados, quando extrapolávamos certos
“limites”, minha mãe (de sangue italiano
e paciência moderada), mordia o dedo indicador da mão direita, estalava os
olhos e “ronronava” entre os dentes -
Hoje vocês estão procurando.... É já que vão achar- Até que por fim, achávamos. E acredite, a
descoberta não era nada agradável. A
grande verdade, é que nem toda espera é recompensadora e nem toda busca é gratificante.
Sou de uma geração que se arrepiou ouvindo a lenda da “Maldição do Faraó”. Histórias aterrorizantes sobre homens de má sorte que cruzaram as fronteiras do etéreo e despertaram a ira dos “antigos espíritos do mal”. Hoje se sabe, que muitos saqueadores e arqueólogos, ao violarem criptas, tumbas e sarcófagos escondidos por milhares de anos, embora procurassem apenas riquezas ou fama, encontraram fungos, bactérias e infecções mortais. Foram consumidos não pela ira de Tutancâmon ou Miquerinos, mas sim, pelas próprias ambições. Encontraram o que procuravam, e no fim do Arco Iris, ao invés do pote de ouro, só havia morte.
Sou de uma geração que se arrepiou ouvindo a lenda da “Maldição do Faraó”. Histórias aterrorizantes sobre homens de má sorte que cruzaram as fronteiras do etéreo e despertaram a ira dos “antigos espíritos do mal”. Hoje se sabe, que muitos saqueadores e arqueólogos, ao violarem criptas, tumbas e sarcófagos escondidos por milhares de anos, embora procurassem apenas riquezas ou fama, encontraram fungos, bactérias e infecções mortais. Foram consumidos não pela ira de Tutancâmon ou Miquerinos, mas sim, pelas próprias ambições. Encontraram o que procuravam, e no fim do Arco Iris, ao invés do pote de ouro, só havia morte.
A
grande questão não é o que “pensamos” estar procurando, mas sim, “onde estamos
procurando” e o que vamos “realmente encontrar”. E novamente ouço a voz
metódica e amável de Jesus em meus ouvidos: -
Cuidado com o que você procura, pois quem insiste na busca, sempre acabará
encontrando “algo” ou “alguém”. A benção e a maldição estão sempre a uma
esquina de diferença. Basta um passo errado na direção incorreta para que o ciclo
devastador tenha início, meio e fim. A
perseverança não desiste da caminhada, mas tem a humildade de corrigir a rota
sempre que for necessário. Ela não rasga as faixas de segurança que Deus coloca
na estrada, impedindo a passagem. A teimosia, por sua vez, não aceita limites
estabelecidos por outros. Nem mesmo se o “outro” for o próprio Deus.
Podemos
dizer que a perseverança é filha da obediência. E honra sua mãe. Se Deus manda
seguir, seguimos. Se a ordem é parar, paramos. Estar debaixo da vontade de Deus
é caminhar sempre em frente, mesmo que os pés não se movam do lugar. Caso
contrário, fora dos propósitos divinos, podemos caminhar mil quilômetros rumo ao horizonte, e mesmo assim, estaremos andando sempre para trás. Aprenda esta
lição com o rei Ezequias.
Ele
estava no auge de seu reinado. Deus tinha concedido aos judeus uma vitória
miraculosa sobre o poderoso exército da Assíria, onde o invencível Senaqueribe
havia conhecido sua primeira (e única) derrota militar. Judá estava em paz. O
Templo do Senhor resplandecia em glória. Uma reforma espiritual estava em
andamento, e a idolatria, pouco a pouco, ia sendo expurgada das praças, das
casas e dos corações. Deus, então, enviou o profeta Isaías com uma mensagem
desagradável ao rei: - Ponha sua casa em
ordem, porque em poucos dias, você irá morrer! (II Reis 20:1)
Deus estava fechando uma porta para Ezequias. E ele sairia de cena recoberto de honras e méritos. Penduraria as chuteiras ganhando a “Bola de Ouro”. Certamente seria lembrado entre os três maiores reis da história de Israel, e não apenas de Judá. A vontade de Deus estava revelada. E o que Ezequias fez quando ouviu o barulho da chave girando dentro da fechadura? Ele esmurrou a porta. Gritou do lado de fora. Apresentou ao Senhor seus feitos mais memoráveis. Fez das lágrimas, seu artifício de negociação. Pela insistência de Ezequias, Deus não trancou as portas definitivamente. O Senhor concedeu ao rei mais quinze anos de vida. Vontade Permissiva. Deus não quer, mas, pela minha persistência (que não é perseverança), permite que seja conforme o meu desejo. Eu bato, a porta abre. Deveria ficar trancada. Eu busco, e encontro. Deveria permanecer escondido. Eu peço, e recebo. Deveria ficar ausente. Deus me alerta sobre os perigos, e eu assumo o risco. Estultícia pura e destilada.
Deus estava fechando uma porta para Ezequias. E ele sairia de cena recoberto de honras e méritos. Penduraria as chuteiras ganhando a “Bola de Ouro”. Certamente seria lembrado entre os três maiores reis da história de Israel, e não apenas de Judá. A vontade de Deus estava revelada. E o que Ezequias fez quando ouviu o barulho da chave girando dentro da fechadura? Ele esmurrou a porta. Gritou do lado de fora. Apresentou ao Senhor seus feitos mais memoráveis. Fez das lágrimas, seu artifício de negociação. Pela insistência de Ezequias, Deus não trancou as portas definitivamente. O Senhor concedeu ao rei mais quinze anos de vida. Vontade Permissiva. Deus não quer, mas, pela minha persistência (que não é perseverança), permite que seja conforme o meu desejo. Eu bato, a porta abre. Deveria ficar trancada. Eu busco, e encontro. Deveria permanecer escondido. Eu peço, e recebo. Deveria ficar ausente. Deus me alerta sobre os perigos, e eu assumo o risco. Estultícia pura e destilada.
Em
2016, fiquei desempregado por alguns meses. Na verdade, meses demais. Deus
cuidou de minha família durante toda a “estiagem”, e nada nos faltou. Mas, eu
queria desesperadamente ver as portas abertas com meus próprios olhos. Estava
cansado de promessas e queria me apoiar em algo tangível. Num domingo, após o culto, cheguei em casa
indignado com minha situação (tinha
ouvida uma mensagem sobre o poder da determinação e blá, blá, blá). Então,
no centro da sala, olhei para os céus, ergui minha voz e esmurrei a porta: - Deus, eu exijo que ainda esta semana, você
me abra uma porta de emprego. Tem que ser esta semana, me ouviu? Minha
esposa que assistiu à cena com um sorriso irônico no rosto, profetizou de olho
aberto: - Deus vai te abrir uma porta de
emprego terrível, só para você deixar de ser besta! Dito e feito. Na
segunda feira, me ligaram dando a dica de uma empresa que estava contratando.
Levei meu curriculum, fiz a entrevista, passei pelos exames e comecei a
trabalhar na quarta-feira. E na segunda feira seguinte, não tinha condições
psicológicas para voltar mais. Foi a pior experiência profissional que tive na
vida. Tudo porque fui teimoso, quando deveria ter sido perseverante.
Guardadas as devidas proporções, Ezequias
também agiu assim. Viveu além do estabelecido pela sabedoria divina. Seus
últimos quinze anos de vida foram marcados por erros catastróficos. Crassos. Ele
recebeu os caldeus em Jerusalém, e praticamente entregou a chave da cidade nas
mãos do seu mais perigoso inimigo. Os visitantes eram espiões militares da
Babilônia, que alguns anos depois, fazendo uso das informações ofertadas pelo
rei, sitiaram Jerusalém, subjugaram Judá e levaram milhares de judeus ao exílio. Em sua “hora extra” na terra, Ezequias teve mais um filho, ao qual
chamou de Manassés. O mesmo que aos doze anos de idade assumiu o trono de seu
pai, e cuidou de mergulhar o reino numa nova era de trevas, imoralidades e
idolatria sem precedentes. A biografia deste perverso monarca se resume numa única
frase: - Cometeu sozinho mais iniquidades
que todos os seus antepassados juntos. - Manassés se quer chegaria a existir, se
Ezequias não insistisse na reabertura de uma porta que já estava fechada.
Não. Este texto não é uma apologia à desistência e nem um ode à mediocridade. É um incentivo à perseverança inteligente, que passa longe da teimosia rotineira de nossas crenças banalizadas. Jogamos pérolas no chiqueiro, e nos sujamos tentando encontrá-las depois. Podíamos muito bem mantê-las guardadas na embalagem que foi feita especialmente para abrigá-las com segurança: - O coração do homem.
Jesus continuou seu ensinamento explicando que o caminho para o paraíso é estreito, espinhoso e pouco movimentado. Que as portas dos céus são pequenas demais para atrair a atenção das grandes massas, tornando a entrada na Nova Jerusalém num desafio grandioso até mesmo para os mais hábeis contorcionistas. E é por esta porta que devemos entrar. Esta é a campainha a ser tocada. Mas, para as portas dos céus se abrirem, milhares de outras precisam estar fechadas. Escolha. Abnegação. Renúncia. A passagem pela porta estreita só é possível com uma vida dedicada ao Senhor, perseverante e fiel. O evangelho não é self-service, fast-food ou Uber, onde as bênçãos estão a nossa disposição, como se Cristo fosse um Gênio da Lâmpada obrigado a satisfazer os caprichos de seu amo.
Não se deixe enganar pela facilidade de algumas portas abertas sem muito esforço. Ou das que se abrem após um sessão interminável de pancadas e gritarias. Nem se vislumbre com desejos realizados. O contexto de portas abertas e descobertas maravilhosas, abrange caminhos largos que conduzem a perdição. Fala também de árvores frutíferas que serão cortadas e lançadas ao fogo, já que a qualidade de seus frutos é péssima. E não se esqueça daqueles que clamam “Senhor! Senhor!”. Eles expulsam demônios e curam enfermos. Profetizam e interpretam as línguas. Mas, não conhecem verdadeiramente à Deus e nem por Ele são conhecidos. Terão o mesmo destino das árvores enganosas.
O teimoso constrói sua casa na areia da praia, porque está vislumbrado com a beleza da vista. A chuva cai, e leva a frágil estrutura embora. O perseverante edifica sua casa sobre a rocha, pois se preocupada com a longevidade da fundação, mesmo que tenha gaivotas barulhentas como vizinhas. Os ventos sopram e a casa permanece de pé. Portas abertas ou não.
Davi mandou fazer uma chave mestra, que abria todas as portas do palácio em Jerusalém. Apenas os reis eram detentores desta chave, e a confiavam aos seus servos mais honrados. Quando João foi arrebatado aos céus, teve uma visão do Jesus ressurreto que o deixou sem forças para ficar em pé. Prostrado e quase desfalecido, ele contemplou de soslaio, a face resplandecente de Cristo. Cabelos tão brancos quanto a mais branca lã, rosto reluzente como latão polido e olhar intenso feito chamas de fogo. Tudo Ele via. Tudo Ele sabia.
Não. Este texto não é uma apologia à desistência e nem um ode à mediocridade. É um incentivo à perseverança inteligente, que passa longe da teimosia rotineira de nossas crenças banalizadas. Jogamos pérolas no chiqueiro, e nos sujamos tentando encontrá-las depois. Podíamos muito bem mantê-las guardadas na embalagem que foi feita especialmente para abrigá-las com segurança: - O coração do homem.
Jesus continuou seu ensinamento explicando que o caminho para o paraíso é estreito, espinhoso e pouco movimentado. Que as portas dos céus são pequenas demais para atrair a atenção das grandes massas, tornando a entrada na Nova Jerusalém num desafio grandioso até mesmo para os mais hábeis contorcionistas. E é por esta porta que devemos entrar. Esta é a campainha a ser tocada. Mas, para as portas dos céus se abrirem, milhares de outras precisam estar fechadas. Escolha. Abnegação. Renúncia. A passagem pela porta estreita só é possível com uma vida dedicada ao Senhor, perseverante e fiel. O evangelho não é self-service, fast-food ou Uber, onde as bênçãos estão a nossa disposição, como se Cristo fosse um Gênio da Lâmpada obrigado a satisfazer os caprichos de seu amo.
Não se deixe enganar pela facilidade de algumas portas abertas sem muito esforço. Ou das que se abrem após um sessão interminável de pancadas e gritarias. Nem se vislumbre com desejos realizados. O contexto de portas abertas e descobertas maravilhosas, abrange caminhos largos que conduzem a perdição. Fala também de árvores frutíferas que serão cortadas e lançadas ao fogo, já que a qualidade de seus frutos é péssima. E não se esqueça daqueles que clamam “Senhor! Senhor!”. Eles expulsam demônios e curam enfermos. Profetizam e interpretam as línguas. Mas, não conhecem verdadeiramente à Deus e nem por Ele são conhecidos. Terão o mesmo destino das árvores enganosas.
O teimoso constrói sua casa na areia da praia, porque está vislumbrado com a beleza da vista. A chuva cai, e leva a frágil estrutura embora. O perseverante edifica sua casa sobre a rocha, pois se preocupada com a longevidade da fundação, mesmo que tenha gaivotas barulhentas como vizinhas. Os ventos sopram e a casa permanece de pé. Portas abertas ou não.
Davi mandou fazer uma chave mestra, que abria todas as portas do palácio em Jerusalém. Apenas os reis eram detentores desta chave, e a confiavam aos seus servos mais honrados. Quando João foi arrebatado aos céus, teve uma visão do Jesus ressurreto que o deixou sem forças para ficar em pé. Prostrado e quase desfalecido, ele contemplou de soslaio, a face resplandecente de Cristo. Cabelos tão brancos quanto a mais branca lã, rosto reluzente como latão polido e olhar intenso feito chamas de fogo. Tudo Ele via. Tudo Ele sabia.
Você
não confiaria sua vida a um ser tão onipotente quanto amável?
Não
deixaria que Ele lhe dissesse por onde você deveria ir?
Não
deixaria Ele escolher as portas a serem abertas?
Então, este Deus Maravilhoso, o Verbo Encarnado revestido de Glória, se revelou a João (e a nós) de maneiras surpreendentes e poderosas. O Alfa e Ômega. O Princípio e O Fim. A Estrela da Manhã. Aquele que caminha entre os castiçais de ouro. Ancião de Dias. Quem tem na mão direita as sete estrelas. O Fiel e Verdadeiro... São tantas atribuições que passaria horas a fio transcrevendo cada uma delas. Por isso, vou me atentar apenas a uma. Aquela que fecha o ciclo de nossas buscas e abre um mundo de possibilidades a todos que forem fiéis até o fim. Perseverantes na provação. Ouça a “voz de muitas águas” reverberando pelo infinito:
- Eu tenho em minhas mãos a Chave de Davi. A porta que eu abro, ninguém fecha. A porta que eu fecho, ninguém abre (Apocalipse 3:7). - E que a teimosia chegue ao fim!
Então, este Deus Maravilhoso, o Verbo Encarnado revestido de Glória, se revelou a João (e a nós) de maneiras surpreendentes e poderosas. O Alfa e Ômega. O Princípio e O Fim. A Estrela da Manhã. Aquele que caminha entre os castiçais de ouro. Ancião de Dias. Quem tem na mão direita as sete estrelas. O Fiel e Verdadeiro... São tantas atribuições que passaria horas a fio transcrevendo cada uma delas. Por isso, vou me atentar apenas a uma. Aquela que fecha o ciclo de nossas buscas e abre um mundo de possibilidades a todos que forem fiéis até o fim. Perseverantes na provação. Ouça a “voz de muitas águas” reverberando pelo infinito:
- Eu tenho em minhas mãos a Chave de Davi. A porta que eu abro, ninguém fecha. A porta que eu fecho, ninguém abre (Apocalipse 3:7). - E que a teimosia chegue ao fim!
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