A provação vem, não só para testar o nosso valor, mas para aumentá-lo.
O carvalho não é apenas testado, mas enrijecido pelas tempestades.
(Lettie
Cowman)
Porque Deus (o meu Deus) permite que todos a minha volta prosperem (bons e maus), enquanto eu (dedicado e fiel), padeço de escassez?
Se você já se viu às voltas com este tipo de indagação, saiba que não está sozinho. Patriarcas, profetas e salmista se debruçaram sobre esta questão. Aliás, no Velho Testamento, uma nação inteira fez em uníssono a mesma pergunta para Deus. E o Senhor (ao seu tempo) nunca se esquivou da redarguição. Sua voz retumbante sempre bradou reveladora. Ainda brada.
E quando a
“tardia” resposta surge como um raio cortando o céu enegrecido, em nada satisfaz
nosso ego. A grande verdade, é que a prioridade de Deus não é trabalhar “por
você”. Até, porque, qual seria o desafio? Num único dia, o Senhor pode levar um
prisioneiro hebreu esquecido numa masmorra egípcia ao posto de governador do
maior império de seu tempo. Situações insolúveis simplesmente se dissolvem perante a divina
vontade.
Então, Deus
ocupa seu tempo com um desafio bem mais interessante (pelo menos na
perspectiva eterna). Deus trabalha “em” nós. Nos molda, esculpe e
lapida, sem que para isto, rompa com o direito do livre arbítrio reservado ao
homem. E para nós, o processo é longo.
Estamos em constante aprimoramento. Uma busca diária pela perfeição num mundo de imperfeições. A vantagem de tudo isto? Sempre há o que melhorar. E Deus sabe bem disso. Ele nos incentiva nesta jornada. Tem seus métodos peculiares para nos incentivar, treinar e diplomar. E todos somos alunos. Aqui só existe espaço para um professor.
Estamos em constante aprimoramento. Uma busca diária pela perfeição num mundo de imperfeições. A vantagem de tudo isto? Sempre há o que melhorar. E Deus sabe bem disso. Ele nos incentiva nesta jornada. Tem seus métodos peculiares para nos incentivar, treinar e diplomar. E todos somos alunos. Aqui só existe espaço para um professor.
Mesmo vivendo
em fidelidade ao Senhor e compromissado com a obra do Pai, por vezes recebemos
de Deus apenas negativas ao nosso clamor e fracassos em projetos que tinham
tudo para dar certo. E nessas horas, somos abarrotados por um sentimento de
injustiça que nos leva a crer que o grande “Eu Sou”, está cometendo um grave
erro. Nos sentimos “vitimas” da arrogância divina. Marionetes do Todo Poderoso.
Se o Pai é
dono do ouro e da prata, porque meu nome está no SPC?
Se Cristo é o
Médico dos médicos, porque me permite ser devorado pelo câncer?
Se Deus é o
autor da família, porque meus filhos estão nas drogas?
Onde está o
“Dono do Amor”, quando criancinhas são incendiadas no Jardim da Infância?
Onde esta o Deus bondoso, quando milhares de inocentes são dizimadas pelos bombardeios na Síria?
Onde esta o Deus bondoso, quando milhares de inocentes são dizimadas pelos bombardeios na Síria?
Se Deus é bom,
porque o mal impera?
Se minha vida
está nas mãos de um Deus amoroso e benigno, porque tantas atrocidades marcam a
minha história?
Porquês e porquês...
Porquês e porquês...
Penso que a
resposta para tantos questionamentos que temos incubados no coração (já
que na maioria das vezes falta coragem para exteriorizar), passe pela leitura de
Deuteronômio 8:2-3:
“E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os teus mandamentos, ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem".
“E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os teus mandamentos, ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem".
Está foi a
resposta de Deus ao clamor dos israelitas, que por anos a fio, rodaram em
círculos pelo deserto. Eles queriam saber o porquê, assim como também o queremos
ainda hoje. E se a dúvida desagrada, a certeza pode desagradar ainda mais. Não
gostamos de entender como Deus pensa.
Privação.
Humilhação. Fome. Escassez. Deserto. Provação. Quem diria que tantas mazelas,
são apenas disciplinas de um curriculum escolar elaborado pelo próprio Deus. O
Criador trabalhando em nós. Testando o que temos escondido dentro do coração.
Somos bons em esconder coisas (ações e sentimentos), e Deus é
ótimo em traze-las a evidência. E quanto mais abscôndito está o verdadeiro
“eu”, mais intensa é a escavação espiritual.
Em regra
geral, o homem (humanidade) só revela quem realmente é, quando
se encontra em situações extremadas. Muita riqueza. Muita pobreza. Honra.
Desprezo. É exatamente por isto que, por vezes, Deus nos leva ao
limite (seja ele qual for), para que o coração se descortine e
revele sua verdade mais oculta. O Senhor almeja que tenhamos um entendimento
pleno de quem realmente somos (sim, poucas são as pessoas que se
conhecem de verdade), então nossa fidelidade, obediência e
devoção são provados com rigor. E Deus entende que nos colocar em situações de
calamidades, é o mais eficiente teste para a fé. Um alvará para bênçãos futuras.
É neste ponto, que nos deparamos com os questionamos do início deste texto. Não entendemos o método, mesmo que os resultados saltem aos olhos de outras pessoas. Ele (Deus) nos humilha, nos priva de conforto, dificulta nossa jornada e (por vezes), permite que tenhamos encontros desagradáveis com Satanás (isto mesmo, como já dizia Martin Lutero, “o diabo é o diabo de Deus). E o cenário escolhido para esta aventura não é aleatório. O deserto. É ali que entendemos que existem coisas mais saborosas que pão, e que o Senhor sempre proverá subsídios para os que lhe são fiéis, mesmo que neste processo falte abundância.
É neste ponto, que nos deparamos com os questionamos do início deste texto. Não entendemos o método, mesmo que os resultados saltem aos olhos de outras pessoas. Ele (Deus) nos humilha, nos priva de conforto, dificulta nossa jornada e (por vezes), permite que tenhamos encontros desagradáveis com Satanás (isto mesmo, como já dizia Martin Lutero, “o diabo é o diabo de Deus). E o cenário escolhido para esta aventura não é aleatório. O deserto. É ali que entendemos que existem coisas mais saborosas que pão, e que o Senhor sempre proverá subsídios para os que lhe são fiéis, mesmo que neste processo falte abundância.
O deserto não
tem como “propósito” te ensinar a “derrotar o diabo”, e nem te fazer um “super-crente”.
Somos levadas as areias insólitas para ali, aprender a confiar e se submeter a
Deus. Se a lição for bem aprendida, nos fortalecemos espiritualmente, e o diabo
foge. A sensação de dever cumprido faz cada ferimento valer a pena. E não se
iluda com promessas de facilidades.... Serão muitos... O teste é duríssimo. Precisa ser. Ele valida todo o bem que virá pela frente.
O beneplácito
do Senhor não nos acrescenta dor, e de modo algum pode cooperar para o
corrompimento espiritual de alguém. Isso implica em dizer que Deus só dá
bênçãos para quem tem o coração preparado para recebê-las. E é nas
aflições que nosso coração é testado por Deus. Fiel no pouco, fiel no muito.
Quer receber bênçãos do Senhor? Comece preparando seu coração para a prova. E
se existe um campo de treinamento melhor que o deserto, eu desconheço.
Por sua
eficiência didática, o deserto é inevitável para todos nós. Podemos dizer que
existem apenas três tipos de crentes: (1) os que já passaram pelo deserto, (2)
os que estão passando e (3) os que ainda passarão por ele. Mas, não se exaspere
com esta dura verdade. É no deserto que aprendemos conceitos valiosos sobre a
fé cristã. O deserto não acontece por acidente, Ele está previsto na agenda de
Deus. Faz parte do cronograma divino para nossas vidas.
Ele é uma
gigantesca ferramenta motivacional, já que quando nos vemos frente à frente com
o temível mar de areia, a única opção é enfrentá-lo. E neste confrontamento
apoteótico, aprendemos a depender e confiar exclusivamente no Senhor.
Exatamente por isso, de tempos em tempos, é o próprio Deus quem nos conduz ao
deserto, a escola de ensino superior do Espírito Santo, onde Deus treina e
capacita seus melhores soldados. Com pós-graduações regulares.
O deserto te
molda, e você sai dele um cristão melhorado, autêntico e genuíno. O orgulho, a
vaidade e o egoísmo viram cinzas no calor das areias. No deserto somos
lentamente lapidados, purificados e preparados. Assados em fogo brando. Sem
pressa... No tempo perfeito do Senhor. E neste ínterim, aprendemos a não
titubear em dois pensamentos. Abraçamos definitivamente uma das
opções. Sim, sim. Não, não. Ou somos sustentados por Deus ou então morremos de
fome. Sua fonte pode
estar completamente seca, mas, as de Deus estarão sempre jorrando. Suas
provisões podem ter chegado ao fim, mas, o provedor continua cuidando de você
a cada instante. Deus jamais nos levará ao deserto ao bel prazer. Deserto é
aprendizado para algo grande dentro do Reino.
Deus não
fabrica super-crentes industrializados. Pelo contrário, seu processo é rústico
e artesanal, à base de fogo, marreta e bigorna. Somos aquecidos ao limite no
fogo, postos sobre a bigorna e moldados na marretada. E isso dói demais, porém
o resultado é grandioso.
Então, quando
for enviado ao deserto, vá SORRINDO! Deserto é lugar de milagres, onde o poder
de Deus se aperfeiçoa em nossas fraquezas e limitações. Na escola de Deus só
entram os melhores alunos. Se Ele te matriculou nela, sinta-se honrado. Estude
muito, seja disciplinado, supere-se em cada avaliação e seja aprovado com
louvor.
Este texto é
inspirado em uma ministração realizada pelo meu pai, Pr. Wilson Gomes
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