A soberania de Deus é aquele cetro de
ouro em sua mão,
pelo qual ele faz todos se curvarem, seja por sua palavra, por
suas obras,
por suas misericórdias ou por seus
juízos.
(Thomas Brooks)
Jacó retornava
para casa, temeroso pelo reencontro com Esaú, a quem tinha usurpado (enganando Isaque para apossar-se “indevidamente” da primogenitura que não lhe era de direito), quando viveu
uma experiência tão impactante, que na mais literal das formas, estaria presente em
cada passo dado por ele até o fim da vida. Jacó lutou com Deus... E convenhamos, não é preciso nenhuma
genialidade para concluir que “ninguém” sai ileso deste tipo de confrontamento...
Doravante, meia volta, volta e meia, lá estamos nós, envolvidos neste mesmo embate
grandioso, sem reconhecer que aquele a quem rotulamos de “inimigo”, é ninguém
menos que o detentor de todo o poder existente no universo... Agora,
responda... Numa análise simplista, pragmática e imparcial, qual
dos oponentes leva a real vantagem neste prévio?
Sei que
“brincar” de “Cabo de Guerra” é uma atividade corriqueira em acompanhamentos e
retiros, e que certamente, você conhece muito bem todos os procedimentos. Mesmo
assim, permita-me algumas rápidas explicações... A “brincadeira” consiste
basicamente numa corda sendo puxada em ambas as extremidades por forças
igualitárias. Ou, pelo menos, a ideia é esta. Competidores equivalentes. Números
iguais. Se houverem três meninas do lado de cá, também deverá existir três
meninas do lado de lá... E por aí vai.... Mais que entender a regra, você
certamente já deve ter se aventurado na brincadeira. Ao centro, uma linha traçada
no chão define os termos da vitória. Quem a ultrapassar primeiro, teve sua força
superada pelo oponente, e, portanto, perdeu o jogo. E este é um tipo de competição onde não existe
margem para azarões. A zebra não costuma caminhar sobre cordas. Em condições
estruturais parecidas, o mais forte sempre vence. É inviável traçar estratégias
ou poupar energia para cansar o adversário. Se todas as forças não forem
empregadas para derrotar o oponente, ele facilmente derrotará você. É “ferro
quente" contra “ferro em brasa”, com faíscas incendiárias voando para todos os
lados. Em outras palavras, se houver isopor cromatizado neste meio, pode até
enganar os olhos, mas será sumariamente consumido pelo calor do embate.
Dito isto,
voltemos a Jacó...
Ele passou anos nas terras de seu tio Labão, até tomar a iniciativa de voltar para casa, após Deus lhe assegurar proteção. Porém no meio do caminho, soube que Esaú cavalgava velozmente em sua direção, acompanhado de quatrocentos homens bárbaros, armados até os dentes. Jacó tinha motivos para temer seu irmão, afinal de contas, roubar para si a benção patriarcal de outra pessoa era um feito desonroso e vil. Havia “justiça” na “vingança” de Esaú, e Jacó sabia disto muito bem. Assim, sua estratégia foi dividir a família em dois grupos e enviá-los por caminhos opostos, e talvez desta maneira, pelo menos uma parte da sua descendência teria alguma chance de sobreviver ao massacre. Quando a noite caiu sobre a região, Jacó seguiu sozinho até um vau do rio Jaboque, e ali se pôs a orar. Enquanto clamava pela proteção divina sobre seus filhos e mulheres, um homem aproximou-se silenciosamente. E foi neste ponto da história (e da vida), que Jacó tomou uma decisão drástica com consequências irreversíveis... O relato de Gêneses 32:24 não nos dá maiores detalhes sobre a batalha, e nem mesmo informações relevantes sobre o “homem” misterioso, mas Jacó, certamente o reconheceu. Ainda no início da viagem, ele tinha sido visitado por anjos enviados pelo Senhor. Jacó até mesmo renomeou o local deste encontro, que passou a se chamar Maanain, pois ali estava o “Exército de Deus”. O patriarca sabia bem diferenciar o “humano” do “sagrado”, e exatamente por isto, insistiu no combate. Ele tinha plena consciência do potencial existente em seu “opositor”. E faria disto uma vantagem. Lutar "com" Deus não é lutar "contra" Deus...
Ele passou anos nas terras de seu tio Labão, até tomar a iniciativa de voltar para casa, após Deus lhe assegurar proteção. Porém no meio do caminho, soube que Esaú cavalgava velozmente em sua direção, acompanhado de quatrocentos homens bárbaros, armados até os dentes. Jacó tinha motivos para temer seu irmão, afinal de contas, roubar para si a benção patriarcal de outra pessoa era um feito desonroso e vil. Havia “justiça” na “vingança” de Esaú, e Jacó sabia disto muito bem. Assim, sua estratégia foi dividir a família em dois grupos e enviá-los por caminhos opostos, e talvez desta maneira, pelo menos uma parte da sua descendência teria alguma chance de sobreviver ao massacre. Quando a noite caiu sobre a região, Jacó seguiu sozinho até um vau do rio Jaboque, e ali se pôs a orar. Enquanto clamava pela proteção divina sobre seus filhos e mulheres, um homem aproximou-se silenciosamente. E foi neste ponto da história (e da vida), que Jacó tomou uma decisão drástica com consequências irreversíveis... O relato de Gêneses 32:24 não nos dá maiores detalhes sobre a batalha, e nem mesmo informações relevantes sobre o “homem” misterioso, mas Jacó, certamente o reconheceu. Ainda no início da viagem, ele tinha sido visitado por anjos enviados pelo Senhor. Jacó até mesmo renomeou o local deste encontro, que passou a se chamar Maanain, pois ali estava o “Exército de Deus”. O patriarca sabia bem diferenciar o “humano” do “sagrado”, e exatamente por isto, insistiu no combate. Ele tinha plena consciência do potencial existente em seu “opositor”. E faria disto uma vantagem. Lutar "com" Deus não é lutar "contra" Deus...
Mais que “desejar”, Jacó “precisava” ser abençoado. Aquela era uma questão de
sobrevivência, e a vida de muitos inocentes corriam perigo. Qualquer ajuda
seria bem-vinda, e se ela fosse oriunda de um ser celestial, ainda melhor. Revelando-se
um exímio lutador de um estilo de luta parecido como o nosso “judô”, Jacó se
agarrou na orla do manto de seu “oponente” e partiu para o ataque. Uma longa
noite de imobilizações... Nada de chutes, socos ou agressões aleatórias....
Somente um homem desesperado, agarrando-se na única esperança que ainda lhe
restava... Jacó tentou de várias maneiras aplacar a ira de seu irmão, incluindo
(mais não se limitando) o envio de
presentes caros e subornos explícitos. Nenhuma destas tentativas lhe trouxe
qualquer garantia de segurança. Não houve retornos positivos, muito menos respostas
conclusivas. E o desespero lhe fez esquecer das promessas do Senhor, e até
mesmo da retaguarda formada por anjos que lhe acompanhava desde o começo do
caminho. Mais uma vez Jacó estava lançando mão de estratégias inadequadas para
assegurar por víeis humanos, tudo aquilo que Deus já lhe tinha reservado e
garantido. Ele espalhava quando precisava ajuntar, e afastava quem devia estar perto.
Tudo isto
mudou no Jaboque. Com a água fria batendo nas canelas, Jacó passou horas a fio
mantendo proximidade com seu “adversário”, enquanto a madrugada ia dando vez
aos primeiros raios de sol. E o porquê de tamanha mudança no comportamento?
Simples... Ele reconheceu quem estava na sua frente. Partiu para cima, agarrou
o “quimono branco” e não soltou mais. Corpo a corpo... Um sentindo a respiração
do outro... E é exatamente assim que se luta com Deus... Usando a perseverança
como arma e a proximidade como estratégia. Basicamente, a linha reta que separa
você e “Ele”, é o caminho mais curto para qualquer sucesso relevante. Estar
junto ao Senhor é garantia de vitória, antes mesmo do embate começar. De igual
forma, a nossa derrota já está consolidada quando optamos pelo distanciamento. Na verdade, apenas cogitar esta hipótese já consiste em afastamento, e nos
catapulta na direção do ostracismo eternal.
E esta constatação lança luz sobre minha imensa coleção de fracassos, e
talvez (eu disse, talvez), possa
explicar alguns de seus insucessos também.
Imagine que
esteja disputando uma partida de cabo de guerra às escuras. Uma espessa venda
nos olhos impede que o oponente seja visto. As regras que que você julga
entender, te levam a acreditar que serão forças equivalentes. Possibilidades em meio a meio. E então, começa o certame... E bastam alguns segundos para a "percepção" que do "outro lado", o vigor é bem mais intenso. Mas, não se pode arregar em meio a um desafio... Mais força... O suor escorre pela
face e a musculatura tesa está prestes a se romper. Enquanto isto, a corda ainda não saiu do lugar. Mais força... A insistência se torna maior que a dor percorrendo o corpo. Mais força... Vasos sanguíneos
com dilatação máxima... Mais força... Batimentos cardíacos no limite do suportável... Mais força... A
saliva sendo expelida em cada tentativa de respiração... Mais força... A última gota de
energia utilizada para empregar ainda mais força no empuxe, e então.... Nada....
Nem um mísero centímetro conquistado. Antes de morrer por exaustão, você decide
entregar os pontos. Cai sentado ao chão, arfando desesperadamente, tentando de
todas as maneiras recuperar o folego perdido.... Talvez, enxergar além da
escuridão ajude no processo.... Você retira a venda, e percebe o erro quase
mortal. O competidor no outro lado, nem de longe se equipara contigo... Na verdade, a ponta oposta da corda esteve todo o tempo presa a um elefante africano, no auge de seis
toneladas bem encorpadas e quatro metros de comprimento caprichosamente
distribuídos... Só então, a verdade surge como uma luz que se acende apenas em
noites de blackout: - Realmente... Não dá pra competir
contra alguém tão forte assim...
Mas, este é apenas um exercício de imaginação, que em nada reflete a realidade da vida... Até porque, convenhamos, ninguém em sã coincidência se poria num desafio tão
desproporcional... Pelo menos, não por vontade própria... Ou se poria?
Se você também
acha um atestado de tolice a tentativa de vencer um elefante adulto numa partida de
“cabo de guerra”, saiba que fazemos ainda pior. Dedicamos anos preciosos (e
irrecuperáveis) de vida, tentando puxar a ponta de uma corda, em que no outro lado
está ninguém menos que o próprio Deus. E ainda cultivamos a pascácia ambição de
vitória, quando na verdade, nesta condição, é bem mais provável morrer exaurido
de ilusões, do que mover um único milímetro do “objetivo sonhado” para a esfera
da “realidade”. E não me refiro a carros, casas, empregos estáveis ou salários
de seis dígitos. Falo do propósito de vida, desígnios da eternidade... Tudo o
que deveríamos “ser” e aquilo que ainda “está” por vir. A história que o “Autor
Supremo” escreveu, e deliberadamente optamos por ignorar. Força máxima aplicada
na direção aposta da vontade de Deus. Existência estagnada, enquanto temos a
falsa sensação de avançar.
Medir forças
com Deus é uma parvoíce sem tamanhos. Os pensamentos do Senhor são maiores que
os nossos e sua compreensão do universo é plena, enquanto nós, sequer, sabemos
a quantidade de fios de cabelo que estão sobre as nossas cabeças mortais. Que
julgamos compreender? Que lógica existe em confrontar tamanha sabedoria? Ir na
direção oposta aos planos do Senhor, é como tentar arrastar um cargueiro
abarrotado de rinocerontes sobre um campo de areia. Não há possibilidade de
sucesso, a menos que você tenha algum superpoder. E este, certamente não é o
caso. Reconhecer a própria (e imensa) limitação foi o segredo da vitória de
Jacó.... Aprender a lição do Jaboque, pode ser o primeiro passo na conquista da
nossa...
Se afastar de
Deus é um erro crasso. Decisão tão inteligente quanto mergulhar em águas
profundas usando nada mais de ceroula e pantufas. E quando contrariamos seus
desígnios, enfrentamos forças que não podemos mensurar. Mesmo sendo inútil esta infeliz insistência, confundimos perseverança com teimosia e mantemos posição,
confrontando aquilo que é inconfrontável. Na prática, nem saímos do lugar, pois
Deus se mantem imóvel respeitando a decisão humana, enquanto esperneamos na
direção oposta sem conseguir trazer a corda para o nosso lado. Porém,
espiritualmente falando, esta decisão estapafúrdia cria um abismo de dimensões
incalculáveis, nos afastando eternamente daquele que sempre nos quis por perto.
Exatamente por isso, Ele continua lá, do outro lado da corda, segurando uma das
pontas, enquanto espera que afrouxemos a tensão, e ao invés de empregar
esforços na direção contrária, passemos a caminhar ao seu encontro. E em cada
passo dado neste sentido, uma ponte vai se construindo sob os pés...
Não existe
nenhum esforço da parte de Deus para nos manter afastado Dele. Pelo
contrário... o Senhor tem movido céus e terra para se reaproximar do homem.
Jesus veio ao mundo com este propósito. Quem insiste na distância, somos nós,
mesmo que as vezes, movidos por boas intenções. Na ânsia pela conquista do
sucesso, retumbamos em fracasso. No empenho em angariar riquezas, ficamos cada
dia mais pobres. Na busca desesperada por felicidade, encontramos tristezas que
se enraízam na alma, gerando traumas, angústias e conflitos internos, dos quais
não conseguimos identificar a origem. E a resposta para todo este paradoxo é
facilmente encontrada na declaração de Davi no Salmo 51:10-12...
Cria em mim um
coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável. Não me
expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito. Devolve-me a
alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer.
Davi estava
percebendo a distância entre ele e Deus aumentando progressivamente, e o afastamento
lhe roubava a alegria de viver. Para o salmista, não existia razão numa
existência longe do Senhor. Poderes, riquezas, luxúrias... Tudo não passava de
prazeres efêmeros que satisfaziam o ego e a libido, mas trancafiavam o espírito
numa cela fria, escura e solitária. Então, com o coração quebrantado, ele clama
por Deus, confessando suas transgressões, misérias e pecados. Reconhece que
está do lado oposto da corda, fazendo força na direção contrária, e implora por
ajuda: - Não desista de mim, Senhor! Estou
envergonhado de minhas atitudes! Purifica-me! Lava-me! Renova em mim, a alegria
da tua salvação! Não se afaste de mim e nem retire da minha vida tua presença!
O salmista até se expressou de forma equivocada (Deus jamais desistiria dele...), porém agiu da maneira correta.
Ele parou de fazer força na direção oposta, afrouxou a corda e caminhou em
direção à Deus. O Senhor não tinha o abandonado, estava apenas guardando
posição, enquanto esperava uma decisão de Davi. Quem escolhe ultrapassar a
linha sou eu, não Ele... Deus sempre se manterá inabalável. E acessível... Ao
final do Salmo, esta é a exata conclusão alcançada por Davi:
- Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás (Salmo 51:17).
- Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás (Salmo 51:17).
Séculos antes,
Jacó também agiu desta maneira. Ele tinha cometido diversos erros ao longo da
vida, e não estava disposto a errar novamente. Pelo menos, não por omissão. Se
Deus estava ao alcance das mãos, porque deixa-lo partir? O patriarca se agarrou
ao Senhor, com músculos enrijecidos e coração liquefeito. E Deus não o
desprezou... Ele tem prazer de estar perto daqueles a quem ama. E teu nome está
nesta lista. O meu também.... Nós todos... Amados, desejados e atraídos... Mas,
será que temos aceitado o convite da graça? Não raramente, os desejos e as
ambições nos levam para tangentes que passam longe de Deus, roubando dos olhos
a verdade absoluta. Não dá para ser “completo” quando a “essência do tudo” é
trocada por quase nada. Nem mesmo uma ópera composta pelo mundo, pode suprir a ausência
de uma única estrofe da canção celeste. Exatamente por isso, como bem disse a
cantora paulistana Zoe Lilly, é necessário
silenciar todas as outras vozes, inclusive a minha própria voz para conseguir
compreender a voz de Deus. O Senhor sempre deseja o nosso melhor... Isto
nunca consiste no enfaramento, e sim na entrega.... Jamais no distanciamento,
sempre na aproximação... No sublime silêncio de uma voz que nunca parou de gritar...
Quando o dia
começou a nascer, o homem misterioso no qual Jacó se atracara, pediu permissão
para partir. Ele bem poderia simplesmente ir embora, paralisando as funções
motoras de seu oponente, mas não o fez. Deus não deixa assuntos inacabados, e
Jacó ainda tinha muito o que conversar. Porém, não seja imprudente e bem alegue ignorância.... Ninguém
saí ileso de uma conversa como esta. O Senhor sempre nos levará a extremos,
visando o aprimoramento da fé. No caso de Jacó, o teste foi um toque sútil na
perna do patriarca, que deslocou a juntura de sua coxa. A dor foi intensa e um
grito espontâneo ecoou pelos ares. Mesmo assim, não houve rendição.... Com o
movimento dos membros inferiores limitados, os braços de Jacó redobraram o
esforço. Ele segurou seu “oponente” com mais força, e como nunca na vida, se aproximou
ainda mais de Deus...
- Eu não te
solto, enquanto você não me abençoar...
Que lição
gloriosa! Quantas pessoas fazem uso da dor como desculpa para se afastar de
Deus. Deixa de frequentar a igreja porque se magoou com o “irmão fulano” ou se
decepcionou com o “pastor sicrano”. Abandonam a fé porque a “porta A” se fechou
ou a “porta B” não se abriu. Se respaldam em promessas “ainda” não cumpridas
para vociferar desconfiança. Lançam mão de derrotas momentâneas para justificar
blasfêmias e injúrias contra aquele que nunca deixou de ser fiel em cada palavra.
Deus não é injusto... Ele é onisciente. Sabe que nossa “leve e momentânea”
tribulação é a matéria prima com a qual se produz a glória futura que nos está
reservada. A dor é como espinhos num jardim florido... Pena que só nos foquemos
neles, sem atinar para a beleza existente em toda a volta... Da mesma maneira
que uma colônia de formigas segue sua rotina sem tomar consciência que um
prédio está sendo erguido próximo ao formigueiro, também vivemos absortos em detalhes
efêmeros, alheios as “coisas inefáveis” que estão sendo preparadas na
eternidade: - Olho nenhum viu, ouvido
nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o
amam" (I Coríntios 2:9). Não se pode permitir que a dificuldade
enfrentada no hoje, apague da memória tudo o que Deus já fez, ou abale a
confiança no que Ele ainda vai fazer. Que a dor sentida no agora, seja uma cola
unindo a doença e o remédio, e não uma mola distanciando quem precisa da cura e
aquele que pode curar...
Em Jaboque,
Jacó não ficou mais rico e nem mais poderoso. Na verdade, ele saiu da água debilitado,
exaurido e mancando.... Pelo resto da vida, seu andar ficou descompassado.
Detalhes... O ganho foi imensurável. Além de ouro e prata... Superior a tronos e coroas... Ele encontrou o
real propósito da sua existência, e isto, não tem preço... A benção veio resumida
numa única sentença...
- Teu nome não
será mais JACÓ... A partir de agora, se chamarás ISRAEL...
Jacó ganhou
este nome porque nasceu segurando o calcanhar de seu irmão gêmeo. Queria ser o
primeiro a qualquer custo, mesmo que fosse preciso usar de meios imorais neste
intento. Já adulto, enganou seu pai e defraudou Esaú, afim de tomar para si a
benção da primogenitura. O significado do nome Jacó sempre um foicampo semântico
composto de adjetivos vilipendiosos... Enganador...
Usurpador... Mentiroso.... Não seria mais! Por toda a vida, ele escolheu
travar batalhas que não deveria lutar. Fez “cabo de guerra” com Deus e as
consequências foram sempre ruins... Não pode velar o corpo dos pais. Trabalhou
anos a fio por uma esposa que lhe foi negada.... Agora, a verdade lhe tinha aberto os
olhos. Não se luta com Deus à distância... É no corpo a corpo. EU. DEUS... DeuS...
Eu guardado em Deus... Deus ao redor de mim... E foi neste instante que Jacó
morreu... Nasceu Israel. Um novo homem. Uma descendência. Uma nação. Um Reino que
nunca terá fim...
Jacó
questionou o significado da troca do nome, e em resposta, ouviu a celebre
frase: - Como um príncipe, você lutou com
Deus e com os homens, e não foi derrotado! Que mudança! Príncipe!
Guerreiro! Vencedor! Tudo porque mudou a perspectiva, afrouxou as cordas e
abandonou a estratégia de medir forças contra o Senhor. Ele atingiu Deus em seu
único ponto fraco... O Todo Poderoso se derrete como manteiga em chapa quente,
quando diante dele está um coração quebrantado. Deus se “deixa” vencer por
abraços... Se rende a um único desejo humano... O desejo de estar próximo do
próprio Deus...
Jacó tentou ir além.... Queria saber o verdadeiro nome do homem que o abençoou... Mistério que ainda não podia ser revelado.... Em objeção, recebeu a pergunta retórica: - Precisa mesmo que eu te diga quem sou?
Jacó tentou ir além.... Queria saber o verdadeiro nome do homem que o abençoou... Mistério que ainda não podia ser revelado.... Em objeção, recebeu a pergunta retórica: - Precisa mesmo que eu te diga quem sou?
E quanto a você? Sabe quem
Ele é?
Reconhecer
quem está do outro lado da corda é o primeiro passo para o triunfo. Este nunca
foi um duelo de força, e sim de entrega. Obediência. Prudência. Humildade...
Sabedoria para entender as limitações e mudar a estratégia do embate. Não se
luta com Deus por vias de fato. A única arma que atinge o Senhor é um coração
carregado de sinceridade. E Deus, em momento algum, faz questão de se esquivar
do tiro... Jacó renomeou Jaboque. Agora aquele lugar se chamaria PENIEL... “Porque aqui eu vi a face de Deus e minha
alma foi salva”. E quer saber.... Faça como Jacó.... Redefina tudo....
Esqueça a linha que marca o limiar da derrota.... Caminhe voluntariamente,
avançando sobre ela, e descubra que na travessia, reside a vitória. Empregue seus esforços na direção de Deus,
pois Ele tem feito o mesmo por você desde as eras mais remotas. E não tenha
medo de rejeição.... Aquele que muitas vezes aparenta ser o seu maior
“adversário”, é na verdade, o mais fiel entre todos os aliados... Alguém que te
ama incondicionalmente, e que por vezes puxa a corda com certo "entusiasmo"...
Não para te ver cair... Apenas para trazer-te um pouco mais pertinho...
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