Nada é permanente,
exceto a mudança.
(Heráclito)
Como eu gostaria de mudar mundo! Transformar
o caos em ordem. Extinguir a fome e o desemprego. Pacificar os conflitos que
fizeram de povos irmãos, inimigos mortais. Entretanto, confesso envergonhado, que
estou tendo dificuldades para promover mudanças significativas em... mim. Não
que seja uma pessoa ruim, longe disto... já fui lavado e remido pelo sangue
de Jesus. Meu problema, é que continuo sendo humano, permeado de falhas e
achismos, ainda lançando mão do famigerado senso próprio de justiça para
interpretar fatos, coisas e pessoas. Logo, através dos meus olhos, o certo e
o errado nem sempre se traduz em verdade absoluta. Na maioria das vezes, estou errado.
Antes de qualquer análise crítica das minhas atribuições numa escala global,
faz-se necessário uma boa olhada no espelho pela manhã, afim de avaliar as
pequenas marcas de expressão formadas no rosto ao longo dos últimos anos, e
ponderar sobre questões que realmente farão diferença na história:
- De onde elas vêm e para onde estão me levando?
E talvez, neste momento reverbere pela cerâmica do banheiro, a reflexão que
poderá redefinir meus conceitos de existência:
- Quem está indo comigo? Quão agradável está sendo a viagem para as
pessoas que me acompanham no caminho?
Sempre que me vejo às voltas com estes
questionamentos retóricos e inflexivos, percebo o quão inacabado estou.
Entre a pedra bruta retirada da rocha e o diamante lapidado exposto numa
vitrine de joalheria, sinto que ainda estou sendo avaliado pelo garimpeiro,
receoso de ter encontrado apenas mais um pedaço de zircônio. Existem
tantos detalhes na minha personalidade que incomodam as pessoas em volta, e se
conseguisse atenuá-los (ou removê-los por
completo) pacificaria as tensões hodiernas, trazendo serenidade aos
ambientes que frequento. - Mas como faço isto? Sou a personificação viva de
Romanos 7:15, fazendo o que não aprovo: -
Pois o que quero, isso não faço, mas faço o que aborreço!
A constituição
brasileira me assegura o direito de não criar evidências que possam (e serão)
usadas contra mim, logo me esquivarei sem maiores delongas, de qualquer
exposição comprometedora.... mesmo assim, permita-me um pequeno e trivial
exemplo de meus muitos defeitos:
Tenho plena consciência que exagero no tom da
minha voz, sempre que me empolgo com o assunto. Falo alto, acelero as frases
para otimizar o tempo (falando ainda
mais) e gesticulo com entusiasmo como se transmitisse em libras as palavras
que jorram da boca. Se escrevesse da mesma forma que verbalizo, todas as
frases digitadas seriam em CAIXA ALTA com emojis em cada espaço vazio. Ás vezes,
conversar comigo é como tentar beber água de um hidrante aberto, experiência
nem sempre (ou quase nunca) agradável
ao ouvinte. Quem observa de longe tem a nítida impressão que estou discutindo
com rispidez, quando na verdade dialogo pacificamente. E se o interlocutor
levantar seu tom de voz para igualar-se ao meu, vou inconscientemente
esforçar-me para superá-lo na próxima sentença. Minhas vertentes italianas
impedem que as mãos façam movimentos suaves durante uma conversa... a mistura
de sangue latino e africano fervilha até com o fogo apagado... e a genética
influi na minha conversação, antes mesmo que eu perceba. Este excesso de entonação pode até ser suportável numa conversa casual sobre política, futebol ou religião, mas se releva pernicioso e corrosivo nas relações familiares. Ninguém
gosta de dormir ao lado de um alto-falante ligado em potência máxima. Neste caso,
se a minha empolgação não receber doses cavalares de bom senso, pautas leves,
amigáveis e descomprometidas podem sim convergir para discussões rancorosas,
acusações maldosas e mágoas ressentidas.
Não é sem motivos que a Bíblia me orienta a não aquecer a ira,
deixando o sol irromper sobre ela, já que desta ebulição fervilhante eclode o
pecado e as vias de fato (Efésios 4:26). Muitos momentos desastrosos da minha
vida teriam sido evitados, se eu apenas tivesse baixado o tom. E quando me
esforço para evitar um conflito, seja em casa, na igreja ou no trabalho, não
estou automaticamente contribuindo para a paz no mundo?
Esforçam-se para viver em paz com todos, e
para serem santos. Sem santidade ninguém verá ao Senhor. Cuidem que ninguém se
exclua da Graça de Deus. Que nenhuma raiz de amargura brote e cause
perturbação, contaminando a muitos (Hebreus 12:14-15).
Toda árvore frutífera, antes de ser broto,
estabelecer tronco, formar copa e frutificar em abundância, foi uma pequena
semente lançada ao solo. O tempo se encarregou de faze-la germinar, aprofundar
raízes e produzir pomos. A qualidade dos frutos gerados é reflexo da semente
plantada e das condições climáticas na qual a planta ficará exposta. É
preciso assumir pelo menos metade da culpa”.. parte daquilo que é bom ou
ruim vem do meio que se vive, porém, a essência do que somos está dentro de
cada um. E a metáfora simplista daqui retirada é que pequenas coisas, para
as quais não destinamos importância ou observação, são pontos de partida para uma
série de acontecimentos que culminam em eventos
grandiosos, provocando pequenas novas ações e opulentas reações num ciclo
interminável, capaz de fortalecer ou destruir qualquer tipo de relacionamento
estabelecido... na terra e no céu. E se uma única semente é responsável por
muitos frutos, cada fruto gerado pode conter um número imprevisível de novas sementes,
e cada semente produzirá muitos frutos, e os novos frutos estarão abarrotados
de ainda mais sementes. É bem provável, que uma pequena decisão sem qualquer
relevância aparente no agora, tenha consequências impactantes no limiar da
vida... e talvez na vida dos filhos dos filhos...
Em 1933, Charles Hazard, vereador americano
de uma cidade interiorana, cultivava com esmero um jardim em sua
residência no Texas. Charlie Wilson, um garoto com 13 anos de idade, era
dono do cachorro que constantemente invadia o quintal de Hazard e urinava sobre
as flores. Por meses, o jardineiro inconformado ponderou sobre as
possíveis formas de resolver a incomoda questão, e acabou optando pela mais
drástica entre todas as possibilidades. Hazard misturou vidro moído com ração canina e
deixou o pobre cão se empanturrar. Para Charles Hazard, aquele pequeno ato de maldade não teria consequências severas, já que a vítima não passava de um cachorrinho
qualquer numa vizinhança pacata, e assim foi possível ignorar qualquer crise de
consciência. Para o pequeno Charlie
Wilson, o luto pelo animal de estimação despertou profundo rancor, e o
adolescente passou meses planejando uma vingança.
A oportunidade da retaliação surgiu para
Charlie quando Hazard iniciou a campanha de reeleição. O menino bateu de porta
em porta, contando aos moradores do bairro sobre o covarde assassinato de seu
cachorro pela mão do mesmo homem que se prontificava a representá-los junto a
prefeitura local. Charlie até mesmo comprometeu-se a - no dia da votação - providenciar transporte para os eleitores que votassem no principal oponente de Hazard. Ao todo, Charlie conseguiu reverter o voto de 95
pessoas e Charles não se elegeu por uma diferença de 16 votos. Pela
primeira vez na vida, Charlie Wilson sentiu que podia fazer diferença nos
meios políticos... e tomou gosto pelo sentimento. Investiu pesado em sua
carreira política, e já adulto se tornou um influente congressista americano.
Em 1979, quando a União Soviética invadiu o
Afeganistão, Charlie Wilson acreditou que poderia mudar a história novamente, desta vez liderando uma campanha massiva no Congresso dos Estados Unidos.
A reivindicação de Wilson junto ao governo exigia que os americanos
interferissem imediatamente na guerra Afegã-Soviética, disponibilizando
armamentos para que os locais pudessem retaliar a invasão sofrida pelo inimigo em comum. Novamente, Charlie Wilson obteve
sucesso. Por sua iniciativa, o governo aprovou o envio de lançadores de
foguetes ao Afeganistão, mudando por completo o desfecho daquele embate. Com a
ajuda dos americanos, a poderosa União Soviética foi derrotada pelos Mujahideen,
uma organização guerrilheira que atuava no interior do país e se fortaleceu
graças ao apoio militar e financeiro dos Estados Unidos, possibilitados pelos esforços
entusiastas do congressista Charlie Wilson. Anos depois, os líderes islamistas no
Afeganistão, armados e financeiramente bem estruturados, fundaram dois grupos
extremistas que recobririam o mundo com a sombra do terror:
Talibã e Al-Qaeda...
Quênia e Tanzânia – 7 de agosto de 1998... Iêmen
– 12 de outubro de 2000... Estados Unidos -11 de setembro de 2001... Espanha –
11 de março de 2004... Paquistão – 02 de junho de 2008.
Quantos morreram nos ataques terroristas da
Al-Qaeda?
Quantas famílias foram destruídas pela “Guerra ao Terror”
declarada e promovida por George W. Bush?
E neste contexto, a mais importante
indagação talvez nem seja sobre os movimentos políticos nos bastidores de um
conflito armado, e sim a analise pragmática da relevância de um único cachorro
morto em comparação a tantas perdas, mortes e sofrimento. Pois é... pequenas decisões... grandes
consequências! Uma semente plantada no local inadequado gerando frutos amargos
e novas sementes de dor.... quem poderia prever que uma desavença entre
vizinhos no Texas, resultaria na morte de milhões de pessoas numa guerra que
constantemente muda de nome, rosto e cenário, mas nunca deixa de existir? Se
aquele cãozinho não tivesse sido assassinado, talvez o terrorismo moderno
jamais teria sido o que de fato se tornou.
Não existe espaço na história para “e se”... o que aconteceu já não volta mais. Logo, é preciso evitar reincidências. O
cãozinho assassinado no hoje pode ser o primeiro sintoma para o extermínio de
nações no futuro. Já aconteceu e não pode acontecer outra vez. E isto me leva
de volta a preocupação expressa na primeira linha deste texto. A vontade de
mudar o mundo em contraste com a dificuldade de modificar-me quando necessário.
Transformações sutis trazendo resultados portentosos. Quando me empolgo na fala
e excedo o tom da cordialidade, mesmo sem qualquer intenção perniciosa, posso
provocar ferimentos emocionais em alguém. Pequenas ranhuras que evoluem até
cortes profundos, deixando portas abertas para as bactérias infernais que
causam infecção de alma. Imagine qualquer coração como uma linda peça de metal polido
e sem imperfeições, mas carente de reparos e manutenções sistemáticas que devem
ser realizadas por “mim/você”. Meu comportamento é uma ferramenta polivalente,
“flanela” de um lado e “lima mursa” do outro. O objeto a ser trabalhado é exatamente
o coração das pessoas mais próximas.... marido, esposa, filhos, pais, amigos,
irmãos, pastores, colegas. Escolhemos em qual “modo” trabalhar, e mãos à
obra! Quem cuida do coração do seu próximo, o lustrando com gentileza, carinho
e respeito, verá seu perfeito reflexo nele. Por outro lado, se optar pela
lima, esmerilhando o coração alheio, o cravejará de ranhuras que darão
aderência a lodos e losnas, e nada será enxergado ali, exceto o contorno obscuro da
própria silhueta.
Por isso, preciso me modificar, antes de
tentar mudar o mundo. As pessoas a minha volta refletem “quem eu sou”, da mesma
forma que as reflito também. E nas pequenas questões da vida, não revelamos quem
somos de verdade quando nos comportamos de forma artificial para que as
pessoas enxerguem o ensaio de uma peça que nunca entrará em cartaz. Lembre-se
que a função do espelho não é interpretar a imagem, e sim reproduzi-la. Não
espere que os outros façam por você aquilo que você deveria ter feito por eles
primeiro.
O maior problema do ser humano é engolir o
boi pela cabeça, para depois engasgar-se na pelagem da cauda. Compartilhamos
gentilezas com desconhecidos no caixa do supermercado e distribuímos
grosserias na mesa do jantar. Sementes de goyá plantadas na sala de casa
certamente não frutificarão em doces morangos. Mais que uma mudança de
postura, é preciso uma catarse de pensamento.... agir não por conveniência, e
sim por convicção. Fazer o certo porque queremos e não apenas pela
aprovação social...
No Sermão da Montanha, Jesus apontou a
principal falha da Lei de Moisés. Ela tratava apenas do comportamento, sem
aprofundar-se nas motivações. Jesus propunha um complemento a legislação da terra,
apresentando aos discípulos o código definitivo de conduta espiritual, cujo
objetivo era regulamentar as intenções do coração. Pela Lei de Moisés, um judeu
estava proibido de matar seu próximo, a menos que houvesse respaldo legal para
a ação. Convenhamos que este é um mandamento fácil de cumprir. Não saímos por
aí esfaqueando pessoas ou metralhando aglomerações. E numa remota possibilidade
do sangue ferver e a ira encontrar o sol, ainda pode-se apelar para a legítima
defesa... tudo nos conformes da lei. Jesus,
porém, redimensionou este preceito, equiparando em consequências eternas os
assassinatos físicos e os homicídios emocionais... Cristo nos proibiu de
mentir, caluniar e afrontar as pessoas. Pouco importa se a arma que você aponta
para seu irmão está carregada de munição Pentium 47 ou com Palavras
Maledicentes... diante do Trono Branco, o crime é o mesmo...
Mais um ponto... a lei proibia o adultério, prevendo rigorosas
sanções especialmente para a mulher envolvida... e mais uma vez,
precisamos convir que (tomada as devidas precauções) a pratica efetiva da
atividade ilícita é facilmente evitável. Jesus engrossou o caldo e censurou
os pensamentos cobiçosos. Quem pensar naquilo que é do próximo, já corrompeu a
pureza de um relacionamento. Em suma, Cristo nos recomendou vigilância,
prudência e santidade não apenas para com as ações praticadas, e sim no âmago
das vontades, muito antes que o limiar dos acontecimentos seja ultrapassado. Se
para manter as mãos limpas basta água e sabonete, uma mente purificada requer
novo nascimento. E a gestação inclui a amadurecimento desta fidelidade minimalista
para com Deus e as pessoas, provada exatamente nas pequenas coisas. Na forma
como vejo, penso e reajo aos menores estímulos. É fácil fechar a porta e
manter na rua os gatos arruaceiros, mas identificar onde os ratos estão fazendo
ninho dentro da casa, é uma tarefa bem mais complicada.
Em um dos trechos do belíssimo “Cântico dos
Cânticos”, o casal protagonista do poema se mostra preocupado com algumas
ameaças que colocavam em perigo constante a vinha por eles cultivada. Então,
precavendo-se no agora” para não se lamentar no depois, o noivo pede ajuda
aos guardas da cidade: - Apanhem as
raposas... e as raposinhas (Cantares 2:15). Nesta pequena metáfora, mais uma
vez a Bíblia nos adverte sobre nocividade existente nas coisas pequenas, com
potencial para minar e corromper tudo o que foi construído a duras penas, demandando
anos de parceria e confiança. As grandes raposas são identificadas com facilidade,
e dificilmente conseguem passar pelas brechas no muro. Se entram na
propriedade, fazem tanto barulho que logo os alarmes são disparados, desencadeando
ações de retaliação quase imediatas. Já as raposinhas se esquivam de olhares
atentos e passam desapercebidas por nossas defesas mais eficientes. Uma vez
dentro da vinha, estas pequenas e inofensivas criaturas fazem seu covil,
alimentam-se das uvas e se transformam em grandes raposas. Porém, como
negligenciamos sua pequenez no passado, agora elas “já” estão confortavelmente incorporadas
na rotina da lavoura, consumindo espaço e recursos, gerando demandas que não
deveriam existir... bichinhos de estimação!
Como eu queria mudar o mundo! Eliminar
definitivamente todas as pragas que perturbam a paz da humanidade. Mas, ainda
preciso modificar muitos pontos falhos do caráter e adequar meu
comportamento. Fazer da minha casa um lugar melhor, antes de requerer melhorias
para o planeta. Tenho que expulsar dos meus relacionamentos as raposinhas
matreiras que se esgueiraram pelas frestas, antes de declarar aberta a
temporada de caça as raposas dentro das grandes instituições. A verdadeira
mudança consiste no reconhecimento que algo precisa mudar... de dentro para
fora, e nunca o contrário.
As grandes raposas estão aí, visíveis e
arranhando as portas. Deixá-las de fora não é a mais hercúlea das tarefas. Não
saímos por aí matando o dono do cachorro impertinente ou chamando a vizinha para
uma conversa privativa quando a esposo vai para trabalhar. Estes seriam
comportamentos inadequados, objeto de recriminação por parte da sociedade e
passiveis de sanções previstas em lei. Logo, convenientemente os evitamos. Porém,
envenenar o cachorro quando ninguém está olhando, ou nutrir pensamentos
libidinosos pelos moradores da casa ao lado, são atitudes sorrateiras que não
afetam diretamente a imagem pública que somos coagidos a manter.... estas são
as raposinhas. O que não fazemos, mas gostaríamos de fazer... o que não pode
ser punido, mas deveria ser evitado... a irrelevância que altera toda a
história... primeira peça do dominó sendo empurrada pelo vento... pequenas
atitudes planejadas com esmero, levando a consequências que ninguém ousou
planejar. Como bem avaliou John Kennedy, “se você agir sempre com dignidade,
talvez não consiga mudar o mundo, mas será um canalha a menos”. E não endossar
a fileira dos maus já é algo bom...
Então, é melhor tolerar a urina sobre a rosa,
do que dar cabo daquele que urinou. Quem dolosamente mata um cachorro hoje,
pode culposamente ter condenando milhares de pessoas inocentes, mesmo sem qualquer
motivação pré-estabelecida. Por isso, não se preocupe em mudar completamente o
mundo e use o máximo possível do seu tempo na mudança do pensamento. Gaste-se
reavaliando convicções. Busque enxergar as pessoas por um prisma de bondade e
inocência. Que seus entes queridos encontrem em você uma imagem que lhes dará orgulho de refletir!
Quando eu aprendo a falar mais baixo, também
me torno um ouvinte mais eficiente... como consequência, o diálogo produz entendimentos... a empatia me leva por caminhos de generosidade.... gentileza gerando mais gentileza... mãos que
foram levantadas, levantando mãos que ainda estão caídas.... boas sementes lançadas
todos os dias na terra das colheitas imprevisíveis. O conceito é simples e Mahatma
Gandhi foi feliz em resumi-lo numa frase objetiva e totalmente
aplicável: - Seja a mudança que você quer
ver no mundo!
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